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autoria própria
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EDUCAÇÃO versos FORMAÇÃO: reflexões do educador do terceiro milenium
Que olhar temos da educação? Podemos dizer que temos esperança ou desespero. E, ao fazermos tal afirmação, estamos embasados nas tantas mudanças que nunca foram aplicadas de forma adequada, ou seja, de forma brasileira, cultural (nativa). Dentre outros elementos que poderiam ser norteadores da linha de pensamento que estamos adotando, a atitude dos profissionais de educação, por exemplo, deve ser destacada dentro do referido contexto que nos propusemos a discutir. Assim, as novas metodologias de ensino são instrumentos relevantes dentro dessa proposta de mudança. Ao aplicar tais pressupostos por meio de modelos antigos, logo, desgastados, estamos negando aos nossos alunos um futuro educacional de qualidade. Ou seja, idéias inovadoras, investimento em pesquisa, cursos de reciclagem e formação de professores, nada, pode garantir os resultados de uma teoria mal interpretada ou mal aplicada. A premissa da escola é a formação do individuo em todos os aspectos da vida em sociedade. Entretanto, a escola não dá conta da relação conhecimento versus formação profissional.
Já na infância o aluno vai para a escola por imposição. Não encontra professores que trabalhem tal sentimento e muitas vezes o aluno só lapida tal relação: escola/trabalho. Uns ingressam em cursos técnicos, outros se dedicam arduamente aos cursos pré-vestibulares com intuito de cursar o ensino superior em faculdades de renome. Tantos outros eventos podem ser citados, porém, o conhecimento que seria a base para uma formação sólida e pertinente não é priorizado. Dentro desse contexto, o profissional professor perde até os bons alunos que poderiam ter um outro caminho se fossem mais bem conduzidos pelos seus referidos mestres. Desse modo, o interesse é substituído pelo desinteresse e o aluno acaba estimulado a solidificar tal sentimento do ensino fundamental até o ensino superior, caso opte pela educação continuada. Para culminar em total desinteresse da parte do aluno, primeiramente, contamos com o desinteresse histórico de seus professores que criam reprodutores de conceitos e isto, na melhor das hipóteses. E nessa mercantilização do saber, o aluno que é estimulado apenas as tendências do mercado, passa a ser vítima de um círculo vicioso que gira em torno de recursos para ter recursos, ou seja, um futuro profissional. Logo, o primeiro problema é como conseguir os recursos necessários para investir em tantas exigências do mercado. Neste sentido, poderíamos mencionar uma série de elementos que dificultam a qualidade de ensino: trabalho, tempo etc. Atualmente, a mão- de ?obra está cada vez mais especializada, o mercado está cada vez mais exigente e sobra cada vez menos tempo para a construção do conhecimento assentada em valores que vão além do âmbito profissional. Como nem todos conseguem dar conta de tal demanda, a maioria dos alunos acaba frustrada, pois, não são estimulados a aprender a aprender, a aprender a pensar. A premissa social que é reproduzida na escola são os valores socioeconômicos e assim, o papel da escola acaba restrito a preparar o aluno para ser bem-sucedido dentro dessa visão ideológica. Como nem todos conseguiram empregos, altos salários e status, o aluno não vê sentido para aprender, para dedicar-se aos estudos, logo a aquisição do conhecimento. E a escola que deveria ser o local para o desenvolvimento de tal relação: aluno/conhecimento, simplesmente reproduz as necessidades do mercado. Estamos apresentando um grande impasse? Estamos definindo a educação como um jogo de azar? Não podemos fazer tais afirmativas fundamentadas em senso comum. Porém, são típicos os casos de pessoas graduadas como eu que buscam na Especialização, por exemplo, uma perspectiva profissional mais atraente. A aquisição do conhecimento também é um motivo de extrema relevância para prosseguirmos os estudos. Todavia, a referida aquisição tem um custo que vai além da dedicação intelectual. E tais recursos financeiros nos remetem à questão já discutida a busca de renda para ter renda. A continuidade do investimento intelectual que requer um amplo investimento financeiro. Parece algo tipo a ?Teoria dos Jogos?, em que você busca um curso para ter um progresso profissional, que obviamente também visa à esfera econômica. Esta esfera é premissa para que você faça este curso, pois sem recursos financeiros é inviável estudar. Mas muitas vezes, o retorno desse investimento é mais desemprego, pois, você está preparada demais para um mercado em crise que não pode pagar salários pertinentes á sua formação. Assim, estou pronta para ser uma dona de casa com formação profissional de educadora, pois o conhecimento que obtido no Latu Senso deverá também ter alguma aplicabilidade cotidiana. Agradeço ter nascido num país de terceiro mundo, em que Educação e Formação são questões dialéticas para a leitura do mercado. Assim, volto ao mercado para fazer compras e especializada em batatas? Talvez, eu seja mais uma vencedora. Afinal, nossos tempos resgatam Machado de Assis: ?Aos vencedores as batatas?¹ TEXTO: Lúcia Mara Ribeiro de Souza 2006/06
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