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Máfia: Quem a Enfrenta Paga Um Preço
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Em 2006, o jornalista napolitano Roberto Saviano publicou Gomorra, onde pormenorizava o funcionamento da Camorra e as suas ligações. O livro tornou-se um êxito de vendas e o clã dos Casalesi jurou vingar-se e matar o autor por revelar a trama dos seus negócios. Desde então, Saviano, agora com 30 anos, vive rodeado de seguranças e sem domicílio fixo. Recentemente, confessou ao Times que chegou a odiar Gomorra: " Tenho uma vida de merda. Trocaria o livro pela possibilidade de comer uma pizza com os meus amigos. " Por enquanto, pelo menos, pode dar entrevistas, pois quem desafia a máfia sabe que, depois de ter atravessado a linha, já não há volta atrás.
Outro caso é o de Francesco Forgione, de 49 anos, que presidiu à primeira Comissão Parlamentar Antimáfia de Itália e investigou as redes da Ndrangheta, que o designou como alvo a abater. Forgione não gosta de falar da sua segurança pessoal, pois acha que " a luta contra a máfia não deve ser vista como um combate de heróis ( superjuízes, supepolícias ou super-escritores ) ", e prefere concentrar-se nas medidas legislativas a adoptar para tornar mais difícil a vida dos mafiosos: " Em Itália, já existe um consenso de que se deve atingir as máfias no âmago: no seu património, capital e receitas. Ampliou-se a lei para confiscação dos bens de mafiosos e respectiva utilização para fins sociais. " Considera que ainda falta " desmontar as suas relações com a política, impedir que os partidos apresentem candidatos acusados de delitos mafiosos, e criar um quadro comum que tipifique o delito de associação mafiosa e permita atacar o seu património em qualquer país da União Europeia ".
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