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Porque não somos como eles? -
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Esta reportagem nos mostra a dificuldade que o Brasil tem na questão da Filantropia em ajudar nossa sociedade e as pessoas mais carentes:
Pelo menos uma vez por mês o empresário Jorge Paulo Lemann se dedica a analisar um relatório de resultados bem diferente dos que analisou ao longo de sua vida profissional. Este relatório consta o nível de repetência de alunos em escolas públicas. Hoje ele é um dos poucos filantrópicos brasileiros que dedicam parte de sua fortuna pessoal estimada em R$ 5 bilhões em causas sociais no Brasil. Dos 109 Institutos e fundações ligados ao Grupo de Instituições e Fundações e Empresas ( Gife) menos de 10 % pertencem a uma família ou pessoa física, a maioria estão ligadas a empresas. Não há dados precisos sobre o número de empresários que investem dinheiro do próprio bolso em causas sociais no Brasil. Em 2003 apenas cinco brasileiros estavam na lista dos bilionários na revista Forbes, hoje há 16 brasileiros estão no ranking. A conclusão óbvia é que a produção de novos bilionários no país não veio acompanhada na mesma medida de uma nova geração filantropa. Sendo assim, no quesito de filantropia nos mostra a desvantagem dos brasileiros e seus vizinhos da América Latina do resto do mundo. Trata-se a princípio de um comportamento incompreensível numa região com tantas demandas. Um dos países que mais tem empresários filantrópicos são os Estados Unidos, e isso se deve em parte é pela cultura, até mesmo pela influência das culturas protestante e judaicas, há uma crença denominada de que o cidadão deve devolver à sociedade parte da riqueza que conseguiu acumular, os exemplos vivos destes empresários são o Magnata Warren Buffett que decidiu doar 85% de sua fortuna em vida para obras sociais e também o segundo homem mais rico do mundo Bill Gates e com a esposa fundaram a Fundação Bill & Melinda Gates. Buffet certa vez declarou ?Acredito na filosofia de que um milionário deve deixar aos seus filhos o suficiente para que eles façam qualquer coisa, mas não o suficiente para que eles não façam nada.?
Porém não é somente a questão religiosa ou cultural que incentivam esses empresários a doarem sua fortuna, mas também que um dos motores para estabelecê-la é um mecanismo inexistente no Brasil: um imposto sobre transmissão de 50% do montante a ser repassada para as futuras gerações, e também a possibilidade de abater do imposto de renda boa parte do dinheiro investido. Consideramos que caso no Brasil existissem essas possibilidades o investimento social seriam bem maior.
Alguns empresários tentam fazer doações não somente de dinheiro, mas também de obras de artes e livros, mas muitas vezes esbarram na burocracia que temos no país com isso adiando em meses ou anos a doação ou até mesmo fazendo com que os empresários acabem desistindo de prosseguir com a mesma.
E por último outro impasse, o doador muitas vezes não tem segurança de que o dinheiro investido trará resultados e acaba sendo um desestimulo. Isso se deve pela precária estrutura gerencial de boa parte das ONGS do país, o que ocorre diferente nos Estados Unidos em geral os empresários atuam apenas como ?Grant markers", investidores que escolhem e acompanham os resultados dos projetos em que investem. O Brasil precisa mudar e muito para que a Filantropia cresça e de resultados positivos, visando uma sociedade melhor com menos miséria, mas isso não depende somente das mudanças de leis e a diminuição das burocracias, mas sim da força de vontade de empresários bem sucedidos em ajudar ao próximo genuinamente sem interesses escusos.
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