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IDEOLOGIA
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Em princípio, todos os laços que intermediam as relações humanas se baseiam nos sentimentos que nutrimos, pelos que constituem em caráter permanente o foco de nossas atenções: família, amigos, companheiros de trabalho, colegas de escola e, por que não dizer, aqueles que cruzam curtos ou longos instantes de nossas vidas. Partindo desse ponto vemos, de maneira simples, o desabrochar constante das "Relações Sociais". Não haveria relações sociais se não houvesse o ser social, o homem! Esse, o arquiteto indiscutível dos pormenores e regras que coordenam as bases e usufrutos das conquistas de cada um, principalmente, de si mesmo! É nesse ponto que poremos em prática uma análise do que realmente conduz as diretrizes e parâmetros das inter-relações humanas. Para se firmar sólidos fundamentos de uma sociedade é imprescindível a instituição de valores condizentes com a realidade de cada um, mas que, ao mesmo tempo, beneficie a todos! A prerrogativa maior é impor uma ordem que se faça sentir em todos os aspectos. Para tanto, os ideais desta precisam ser proficuamente canalizados em todas as esferas que compõem o círculo dessas relações. Para Marilena Chauí, quando falamos de realidade, dizemos que esta "é constituída por idéias, das quais as coisas seriam uma espécie de receptáculo ou de encarnação provisória". Porém, observamos que esse mundo de idéias, que dão origem às coisas reais, confunde-se muitas vezes com o objeto real, havendo dessa forma uma contradição dos fatos às reais intenções que lhe deram início. E é quando todo estudo para o entendimento das relações humanas se depara com o idealismo dos que impõem e o ostracismo dos que acatam, gerando, dessa forma, uma maneira de pensar que não agrada a maioria, subordinando os que não têm força de ação aos que detêm o império das atividades, fazendo surgir, assim, uma "mascarada" ideologia. As idéias surgem com o firme propósito de esclarecer e/ou dar origem a alguma coisa, relação, acontecimento. Mas, o que vemos é o deturpar dessa origem e a constante manutenção do estigma da ignorância. A Ideologia surgiu tendo como base a relação do corpo (ser?) humano com o meio que o cerca, analisando de maneira irrestrita a formação de todas as nossas idéias através do querer, do julgar, do sentir e do recordar, funções primordiais para se chegar a conclusões abstratas quanto ao que se julga ou se questiona como real. Chuí ainda descreve que "o termo ideologia aparece pela primeira vez em 1801 no livro de Destutt de Tracy, Eléments d''Idéologie" e o objetivo maior desse estudo era tratar da "elaboração de uma ciência da gênese das idéias".(Idem) Porém, será que vemos realmente o desdobrar dessas afirmações? Ou será que ideologia tornou-se um termo muito comum para mascarar uma realidade que por si mesma já é contraditória? Ora, dizemos que ideologia é o estudo das idéias no campo da análise científica; também podemos afirmar que dentro da ideologia está o estudo que fomenta a compreensão das relações sociais e suas aplicações práticas. Temos visto no decorrer da história várias tentativas de se prover um ideal, um jeito de não sucumbirmos ante as diferenças gritantes dentro do seio de cada classe, e as vemos muito mais quando comparamos as próprias classes. Entretanto, o que percebemos é o varar do poder arbitrário gerando regras para conduzir os passos daqueles que não dispõem de recursos econômico-financeiros suficientes. Dentro dessa política de poder estão aqueles que têm em suas mãos o domínio dos meios de comunicação e de influência coletiva, aqueles que julgam o que é certo ou errado, como se deve ou não se comportar em sociedade, quais as funções que podem ou não se enquadrar no perfil de alguém, ou vice-versa. Em tudo, podemos ver que uma minoria controladora é capaz de reforçar laços ou destruí-los completamente; redigir leis e ao mesmo tempo desrespeitá-las como se nada valessem; prover recursos de soevivência para os menos favorecidos e ao mesmo tempo esquecê-los, como se de nada adiantasse a tentativa de se beneficiar os incautos - aqui no sentido de ingênuos, considerados desprovidos de capacidade para opinar ou decidir. Mesmo observando por esse lado, parece-nos, por um outro, que essa maioria também não reforça em si mesma uma disposição contrária ao que a ideologia dos "abastados" sorrateiramente os impõe. Deleitam-se tantas vezes com migalhas que lhe são apresentadas, e tantas vezes banqueteiam-se com vislumbres altamente sem acuidade que lhes parecem completamente naturais. Ao mesmo tempo em que precisamos essa preocupação do "alto poder" em querer resgatar os valores culturais de nossa sociedade, infundindo-nos a tentativa da instrução, por outro, as condições para tal resvalam na ignorância que se faz sentir, escondendo de todos o que verdadeiramente é de interesse de todos: os frutos de suas relações sociais, o fruto dos labores diários e do quanto todos esses empreendimentos são capazes de gerar novos recursos e diretrizes igualitárias, não permitindo a enorme discrepância entre as classes. Talvez, agindo dessa maneira, Ideologia não seja apenas uma quimera; talvez, deixando a todos o direito a livre escolha sem imposições, tenha-se mais condições de chegar a conclusões mais acertadas sobre como idealizar uma melhor justiça social!
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