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O livro Negro da Fome
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Este livro escrito originariamente em 1957 e reeditado diversas vezes associa desnutrição a subdesenvolvimento, recusando entre outras explicações a teoria maltusiana da superpopulação que provocaria fome. Josué de Castro defendia uma reforma agrária que contemplasse não apenas a posse de terras, mas também assistência técnica, créditos e facilidade de comercialização dos produtos. O autor dividiu o país em 5 áreas a saber, a amazônica, o nordeste açucareiro e o sertão nordestino ( áreas da fome), o extremo sul e o Centro-Oeste. De acordo com ele a humanidade sempre sofreu com o problema da fome, mas ela é agravada pelos problemas como exploração colonial( no nordeste a monocultura da cana-de-açúcar), assim como a extração do látex na Amazônia durante o ciclo da borracha. O alto de índice de mortalidade infantil por falta de condições sanitárias mínimas e a necessidade de mão-de-obra para trabalhar na lavoura foi um dos problemas apontados por este autor pernambucano para explicar o fantasma da fome e a superpopulação brasileira na classe mais pobre. O brasil da época de Castro eminentemente rural, estava urbanizando-se, mas não fazia uma reforma agrária e vivia o exôdo rural.Os trabalhadores vinham para a cidade e constituíam sindicatos controlados Vargas.Abandonavam o campo atraidos pela fartura da cidade, mas aqui apenas encontravam condições sub humanas e exploração, falta de saneamento básico entre diversos outros problemas. E nada desses problemas resolveram-se até hoje.Ocorreu então uma maior concentração de terras e as leis como a dos estatutos da Terra apenas agravaram os problemas dos bóias-frias e outros trabalhadores rurais. Aparentemente as idéias de Castro soam desatualizadas, mas se verificarmos como a desnutrição diminuiu neste país ( é um fato), verificaremos que a globalização e o crescente comércio de alimentos e a homogeinização de hábitos alimentares, com as propagandas maciças de MacDonalds e Pepsi ( coisas de americano entre outras), não foi tão benéfica assim ao país. O dramático aumento de preços dos alimentos no mundo e o fracasso da rodada Doha indicam que a fome e a desnutrição ainda são fantasmas presentes não só no Brasil como no mundo.O colonialismo acabou, mas foi substituído pelos subsídios dos países ricos aos seus produtores e o Brasil com uma monstruosa concentração de terras e a não formulação de políticas alimentares está produzindo um novo mapa da fome e da desnutrição e é apenas questão de tempo para os problemas aparecerem.
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