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Jornalismo: um meio para educar
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Já virou rotina ouvir da boca de intelectuais renomados que a educação é o caminho para a mudança de atitude; que só com educação podemos deixar de ser ?o país do futuro? e garantir uma cadeira de respeito na ONU; que a educação é o único meio capaz de livrar o jovem do crime; e que a educação é o viés de transformação político-social do mundo. Muitos deles se arriscam em dizer que a miséria é fruto da desinformação originada pelo analfabetismo funcional, mesmo sem saber que isso não é uma construção gramatical, mas uma sentença de vida. Políticos, ditos ?politizados?, vão mais longe ainda: afirmam, sem qualquer conhecimento de causa, que sem educação não há fome que chegue a zero! Mas por que será que não ouvimos falar por aí que educação só se constrói com informação de qualidade? Ora bolas, precisamos entender de vez que informação sem conteúdo é como um livro com páginas em branco. Que nariz de cera só serve para servir aos interesses empresariais dos intelectuais acostumados a pôr a culpa da falência social brasileira na falta de educação, sem antes procurar uma saída. Precisamos entender que educar não é apenas criar vagas em escolas que simbolizam bandeiras políticas. Temos que entender que comunicar bem através de todos os canais e signos, contextualizando a informação, é antes de tudo, educar. Ninguém precisa ir à escola para aprender onde começa e termina seu direito. Que respeito é moeda de troca no mercado social. Que muito obrigado às vezes é muito mais do que um simples agradecimento: é um poderoso veículo capaz de formar consciência social. Não podemos subestimar o próximo com linhas mal traçadas nos jornais; com imagens abertas que muito profissionais juram dizer tudo e muito mais do que palavras. Não podemos nos dar o direito de utilizar a democrática radiodifusão para confundir ou enganar as consciências mal formadas nos bancos escolares e nas sarjetas. Precisamos nos guardar para o fato de que um livro deve ser entregue com a mesma empolgação com que se oferta um brinquedo ou flores. Não podemos deixar de marcar na memória de nossos filhos a imagem de um inicio de domingo regado por um bom café da manhã seguido de uma atenciosa conversa após a leitura de ao menos um jornal. Temos a obrigação, enquanto cidadãos de vanguarda, formadores de opinião, de reunir a família não só para acompanhar a novela preferida, mas para assistir e discutir as notícias veiculadas nos telejornais. Atitude, companheiro, não é espera é ação. Informação, colega jornalista, nem sempre é noticia, mas noticia é sempre uma boa informação. Com jornalismo se faz educação e se forma uma sociedade política capaz de se tornar uma nação vitoriosa. É preciso estar atento, a cada segundo, ao mundo em nossa volta. O olhar crítico e pragmático faz de um comunicador social um jornalista. O acúmulo de experiência e a falta de soberba é o segredo da formação sócio-profissional. Não podemos nos envergonhar em não saber tudo, mas precisamos ter humildade para assumir nossas deficiências e primeiro perguntar, esmiuçar, entender, contextualizar e refazer para só depois informar. Essa é a única forma de fugir do grotesco e do antagônico. Educar não é mera função de professores, é obrigação de cada um de nós comunicadores. Podemos errar sim, afinal somos seres-humanos. Mas temos que estar convictos de que corrigir o erro é tarefa imediata. Não podemos escrever errado, falar errado, nos portar de forma inconveniente e achar que está tudo bem. Precisamos assistir a nossos vídeos, ouvir nossas sonoras, ler e reler nossos textos. Ouvir e assimilar críticas. Acreditar que o outro pode sim ter razão. Não somos donos da verdade, mas colaboradores da formação humana. * Robson Fraga ? Jornalista.
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