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Ética À Nicômaco
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Aristóteles, discípulo de Platão, busca o conhecimento das coisas humanas e da natureza pela sua manifestação real. Suas especulações se referem muitas vezes aos fatos observáveis, são uma classificação destes em tipos e abstrações indutivas que ambicionam chagar a leis gerais. Ao invés de discutir sobre o que é o Belo, por exemplo, faz uma análise da literatura grega em sua Arte Poética, criando conceitos até hoje fundamentais, como os de mimese (imitação da realidade), cartase (purificação dos sentimentos) e da coerência interna da obra literária. Aristóteles busca conhecer os seres humanos não partindo de Idéias eternas e absolutas, mas sim partindo do mundo sensível dos fatos e racionalizando-os. Fez várias viagens, observando e analisando as leis das cidades, o comportamento das pessoas, as várias formas de conhecimento e de governo, os diversos modos de produção e posse da riqueza, observou e classificou as várias espécies de seres vivos, estudou história e literatura, etc. Fundou em Atenas uma escola baseada nas conversas ao ar livre e foi professor de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia e fundador de um império que ia da Grécia a Ìndia. A procura das ?causas primeiras?, no entanto, levou o filósofo a criar uma ciência destas, que batizou como metafísica, o que abriu espaço posteriormente para especulações e teologias dogmáticas. O autor usa um método analítico, dividindo o objeto de estudo em suas partes mais simples para desvendar a ?ordem natural das coisas?. A ética de Aristóteles se baseia na distinção e vinculação entre meios e fins, e ao mesmo tempo nos juízos de valor sobre o comportamento e seus objetivos, sempre de um ponto de vista individual, mesmo quando entra em nos assuntos públicos. Todas a ações, para Aristóteles, são feitas em função de um bem, e existem vários de tipos de bens. O método analítico do filósofo às vezes mostra falhas pela necessidade de citar as exceções a suas regras gerais. A questão de Aristóteles é a existência de um bem supremo: a felicidade, definida como moderação. Ou melhor, a moderação nos hábitos é o meio para se alcançar a felicidade. Apesar das boas idéias, o método novamente se encarrega de fazer uma confusão sem igual. Cria-se um conjunto de categorias: bem felicidade, virtude, vício, meios, fins, razão, paixão, prazer, dor, etc. Mas podemos, através dos princípios de base, avaliar alguns conceitos mais complexos apresentados na obra. A ação humana é, segundo Aristóteles, sempre feita em função de um fim, uma meta, um bem.A problemática de meios-fins é o que guiará a argumentação da ética aristotélica, e ela não é um exemplo de coerência e estilo. O filósofo, no entanto, deixa claro que mesmo que a riqueza, a reputação e o prazer físico não sejam suficientes para a plena felicidade, uma quantidade mínima destas coisas é necessária para o homem feliz, caso contrário é impossível alcançar uma boa vida apenas com uma boa conduta. O conceito de virtude surge no livro dois. A virtude se divide em intelectual e moral. A primeira é característica conseqüência da experiência e da reflexão; a segunda é resultado do hábito e se relaciona com a dor e o prazer. A virtude moral é a moderação nos hábitos, visto que cada hábito possui os excessos e as faltas, extremos que devem ser evitados. O conceito de justiça encontra-se no livro cinco. A justiça é a igualdade de direitos, e existem vários tipos de justiça: distributiva (distribuição de bens), corretiva (pune as transgressões), etc. A questão aristotélica de justiça se torna especialmente interessante no modo como o filósofo a aplica nas práticas jurídico-políticas e nas relações de comércio, reflexões que serão retomadas e citadas por Karl Marx em O Capital. A amizade aparece nos livros oito e nove, e é definida como a união de duas pessoas com o objetivo de adquirir prazerno convívio, mas também com os objetivos mais utilitários. A amizade se baseia na igualdade. Como acontece com a virtude e a justiça, existem vários tipos de amizades, mas deixemos isso de lado. O bem supremo, como já dissemos, é a felicidade. No capítulo dez, Aristóteles argumenta que a contemplação da verdade produz um prazer intelectual. O exercício do pensamento racional é uma fonte auto-suficiente de felicidade, visto que precisamos apenas de nós mesmos. Uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas e sociais básicas, a contemplação torna-se fim em si mesmo, resolvendo a separação de meios e fins e proporcionando a plena ?boa vida? ao pensador. Assim, a ética de Aristóteles se realiza em si mesma, pois é o exercício da atividade cognitiva o sentido da vida feliz. Perfeito para os ociosos senhores de escravos das polis (cidade-Estado) gregas da Antiguidade Clássica.
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