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O Brasil e a crise de alimentos no mundo
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O Brasil e a crise de alimentos no mundo
Em entrevista ao "Jornal do Senado", a senadora Kátia Abreu expõe alguns fatos que auxiliam na compreensão sobre qual é a posição do Brasil diante da crise mundial de alimentos.
A relação entre a produção do biodiesel nacional e a alta generalizada dos preços dos alimentos consiste em um fato concreto? Não. Pois, dos 850 milhões de hectares agricultáveis no Brasil, apenas 0,7 % estão plantados com cana-de-açúcar. Ou seja, ainda há uma margem para aumento da produção nesta seara, sem afetar outros setores produtivos.
Quais são as reais causas do aumento dos preços dos alimentos? 1º - Aumento do consumo nos países emergentes, devido ao aumento da renda das pessoas; 2º - Aumento do preço do petróleo, conseqüentemente, fertilizantes e transportes, também, tornam-se mais caros; 3º - Os Estados Unidos "sacrificaram" o cultivo da soja e do trigo para produzir m (subsidiado, e utilizado para produção de biocombustível). 4º - Migração dos investimentos americanos, da construção civil para as commodities; 5º - Problemas climáticos afetaram a produção em algumas regiões, como na Austrália, em países da União Européia, principalmente, na Rússia.
Qual a situação brasileira perante a crise de alimentos? O Brasil é o único país do mundo que tem fronteiras a serem abertas para poder alimentar com custos baixos e com alta produtividade. Isto, preservando as reservas legais e reservas permanentes. Além disso, devemos aproveitar as necessidades alheias. O mercado é isso: falta em algum lugar, o outro abastece.
Quais são os fatores que dificultam a expansão deste segmento produtivo no Brasil? São vários. Em primeiro lugar, logística. Nós não temos transporte que possa ser competitivo. Enquanto o mundo inteiro está investindo, em primeiro lugar, em hidrovias, em segundo, ferrovias, e em terceiro, rodovias, a nossa matriz de transporte está invertida. Nós estamos investindo quase 80 % dos recursos deste setor em rodovias. Se você transportar uma tonelada por mil quilômetros de rodovia, você gasta US$ 42; em ferrovia, serão US$ 26 e, em hidrovia, são US$ 18. Importantes as rodovias são, mas como braços para fazerem os produtores chegarem às hidrovias e ferrovias. Mudando de cenário, mas preservando o âmago da questão, os subsídios pagos (US$ 1bilhão/dia) pelos países ricos para manterem suas produções, ainda afeta negativamente o desenvolvimento deste setor produtivo nos países emergentes.
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