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Juros elevado, apreciação cambial e baixo crescimento
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De acordo com o Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP), uma política econômica fundamentada no tema produção/emprego, baseando-se no regime de metas inflacionárias, no regime de câmbio flutuante e na Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF), abertura econômica, uma menor capacidade de intervenção do Estado, fim da cumulatividade de impostos, bem como aumento das exportações e uma política de substituição de importações e aumento da taxa de juros não será eficaz no longo prazo. De fato, juros elevados deprimem os investimentos privados. Dado a lei de responsabilidade fiscal, a estatização das empresas públicas e o corte de impostos não há como o setor público cobrir o vazio deixado pela falta de inversões privadas. Assim, para expandir a demanda agregada será preciso investir numa política eficiente de exportações. Contudo, esta dependerá ainda do sucesso da política industrial. Juros elevados também atraem capital externo elevando a conta de capital e, portanto, um superávit no balanço de pagamentos. Supondo uma mobilidade perfeita de capitais, no médio prazo ocorrerá um impulso na demanda agregada. No curto prazo, haverá expansão da renda, a qual impulsionará a demanda por moeda. Na hipótese de regime de câmbio é flutuante, esse superávit levará a uma apreciação do câmbio, estimulando as importações e desestimulando as exportações. Assim, além do investimento privado cair, a competitividade externa da economia brasileira também cairá. Essa apreciação do câmbio provocará um efeito depressivo sobre a balança comercial e, portanto, sobre a renda, anulando o efeito inicial do acréscimo de saldo comercial positivo. De fato, esse tipo de política tenderá a fracassar por não apresentar uma consistência dinâmica. Por outro lado, de acordo com o Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP), uma política econômica que tem por fundamento a reforma tributária para promover melhor distribuição de renda, criar um mercado consumidor de massa e mão de obra qualificada para o setor empresarial, uma política de juros reduzidos, com um Estado ativo na economia, para planejar o desenvolvimento, inclusive ter uma política de comércio exterior mais agressiva, promovendo as exportações e criando políticas de substituição de importações, contrariará o mercado no curto prazo mas no longo prazo será benéfico para toda a sociedade. No longo prazo, a imposição da progressividade tributária promoverá maiores gastos sociais para o governo. O setor privado será beneficiado pelo aumento do consumo e da melhor distribuição de renda. Os investimentos crescerão dada a queda nas taxas de juros, bem como as exportações líquidas. Os juros baixos vão promover um grau menor de mobilidade do capital. O mercado internacional não ficará muito feliz com a política em questão e a conta de capital não crescerá tanto quanto na política de juros elevados. De fato, o saldo do balanço de pagamentos será afetado somente pela deterioração do balanço comercial. A renda, ao se expandir, promoverá aumento das importações que, em um regime de câmbio flexível, provocará uma depreciação da moeda nacional que tenderá a restabelecer o equilíbrio do balanço comercial. Assim, juros baixos e depreciação do câmbio, melhorarão a competitividade-preço dos produtos nacionais vis-à-vis aos estrangeiros. Crescerá, então, o efeito expansionista da política monetária e da política fiscal. O risco inflacionário dessa política econômica expansiva aumentará, pois a depreciação da moeda nacional elevará os preços dos produtos importados, e, por contágio, os preços dos bens produzidos internamente e a taxa de salário. Porém, a consistência dinâmica poderá ser alcançada com a simultânea promoção da oferta agregada interna de bens e serviços. Infelizmente, a política baseada em juros elevados e câmbio valorizado são as que estão atualmente sendo aplicada na economia brasileira e, portanto, o que se pode esperar além de fraca competitividade externa dos produtos nacionais, baixos investimentos privados e públicos que não são suficientes para estimular um real crescimento.
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