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A inflação dos alimentos assusta
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Noticiários do mundo inteiro, nas últimas semanas, têm mostrado protestos em vários países contra a alta nos preços dos alimentos. E o coro dos descontentes contra a inflação da comida foi engrossado dias atrás por autoridades como o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. Para o representante do FMI, os governos, pincipalmente dos países ricos, têm de agir para frear a onda de reajustes que ocorre nos alimentos.
Chega a ser irônico o fato de o FMI, símbolo do capitalismo selvagem, estar preocupado agora com o preço dos alimentos. Este organismo, que sempre pregou políticas econômicas ortodoxas de livre mercado, agora demonstra preocupação com a escalada dos preços de comodities como o milho e a soja, matérias-primas essenciais para a fabricação de comidas industrializadas. E, pelo que se entende das palavras de seu diretor, o pedido do Fundo parece ser o de que ocorra algum tipo de intervenção governamental nos mercados para conter a inflação verificada nas cotações internacionais dos alimentos.
Ironia à parte, porém, o fato é que o alerta de Kahn apenas confirma aquilo que qualquer consumidor, em qualquer lugar do mundo, há muito já percebeu: a escalada dos preços da comida, seja ela in natura ou industrializada, é um fenômeno além-fronteiras. E tal fenômeno é fruto do desequilíbrio entre oferta e demanda, somado à um forte movimento especulativo verificado nas Bolsas de Mercadorias e Futuros, onde são negociados os preços internacionais das comodities. Os preços estão subindo porque há mais gente consumindo alimentos e porque é crescente a demanda por milho e soja para a fabricação dos chamados biocombustíveis.
Duas ações, portanto, são urgentes. Primeiro, os governos devem encontrar formas de incentivar a produção de mais alimento. Segundo, é preciso reavaliar a utilização de grãos como matéria-prima para fabricação de biocombustíveis. Afinal, não é razoável que cada vez pessoas tenham de passar fome, especialmente nos países pobres, para que o mundo rico continue andando sobre rodas.
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