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Capitalismo e Liberdade -II


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Da mesma maneira que uma companhia, o estado democrático pode ser influenciado pela capacidade de ação de seus cidadãos de forma a limitar (até certo ponto) o poder da elite dominante. É por isso que os ricos odeiam os aspectos democráticos do estado, e vêem os cidadãos cumuns como uma ameaça potencial ao seu poder. O "problema" foi notado por Alexis de Tocqueville no princípio do século 19 na América do Norte:
"É fácil perceber que os ricaços da alta sociedade nutrem uma vigorosa repugnância pelas instituições democráticas de seus países. E o populacho é ao mesmo tempo o objeto de seu desprezo e de seu medo".Esse medo não mudou nem tampouco o desprezo pelas idéias democráticas. Nas palavras de um executivo de uma grande corporação dos EEUU, "um homem, um voto, resultará no eventual fracasso da democracia tal qual a conhecemos". Ethics and Profits: The Crisis of Confidence in American Business, pp. 189f>

"O capitalismo baseia-se na existencia da força de trabalho sem capital próprio suficiente para levar em frente seus próprios empreendimentos"

O desprezo pela democracia não significa que os capitalistas sejam anti-estado. Muito pelo contrário. Como foi dito anteriormente, os capitalistas dependem do estado. Isto ocorre porque o "liberalismo em tese não é uma espécie de anarquia sem socialismo, o liberalismo portanto é simplesmente uma mentira, pois a liberdade não é possível sem igualdade . . . A crítica liberal dirigida aos governos consiste apenas em pretender subtrair algumas de suas funções e instigar os capitalistas a brigarem entre si, mas eles nunca atacam as função repressiva do estado pois é nela que repousa a sua essência: sem a polícia a propriedade pessoal não poderia existir". Anarchy, p. 46>.
Os capitalistas apoiam e fortalecem o estado quando este age no interesse deles e quando defende a autoridade e o poder deles. O "conflito" entre estado e capital é como o conflito entre dois gangsters que se degladiam pela posse do produto de um roubo: eles se comerão pela pilhagem e por obter mais poder na gangue, mas eles necessitam uns aos outros para defender sua "propriedade" contra aqueles que roubaram.
A natureza estatista da propriedade privada pode ser "libertariana" (i.e. minarquista, ou liberal "clássica") palavras representativas do extremo laissez-faire capitalista:
" alguem começa a construir uma cidade para si, em terras que não lhe pertencem e não viola a condição locheana , as pessoas que resolvererem ir para lá ou viver ali não terão nenhum direito sobre ela, a menos que se submetam aos regulamentos que o dono estabeleceu". Anarchy, State and Utopia, p. 270>Isto é feudalismo voluntário, nada mais. Naturalmente, isto pode ser qualificado como "forças de mercado" que resulta na maioria dos proprietários liberais sendo os mais bem sucedidos. Por mais refinado que um patrão possa ser, continua sendo patrão. Parafraseando Tolstoy, "o capitalista liberal é como uma espécie de dono de jumento. Ele fará de tudo para o jumento -- cuidará dele, lhe dará alimento, banhho, tudo, exceto abrir mão dele!". Ou conforme destacou Bob Black, "Algumas pessoas dão órdens para que outros obedeçam: essa é a essencia da escravidão. . . . liberdade significa mais que o direito de mudar de patrão". <The Libertarian as Conservative>. Aqueles que apoiam o capitalismo reivindicando que o "direito" de mudar de patrão é a essência da "liberdade" proclamam a noção capitalista de "liberdade".


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