A economia brasileira conduziu nos últimos dez anos mudanças estruturais e institucionais que tiveram um efeito amplo, afetando o funcionamento de toda a economia brasileira. As políticas de segurança alimentar do passado, baseadas na política de auto-suficiência, falharam no objetivo de trazer segurança alimentar a 35% da população brasileira, famílias que são classificadas como ?pobres do ponto de vista da nutrição?, por não terem uma renda suficiente para fazer face às suas necessidades nutricionais. O trabalho procura mostrar como as reformas estruturais e a liberalização mudaram a estratégia de ?seguridade alimentar? da busca de auto-suficiência para a de autoconfiança, ou seja, para uma estratégia que vise garantir o efetivo atendimento da parcela da população que sofre as conseqüências dos choques econômicos sobre a sua renda, a ponto de comprometer sua capacidade de suprir suas necessidades nutricionais mínimas. O trabalho mostra a importância da estabilização de preços e do salário mínimo para a melhoria nutricional da parcela mais pobre da população. Conclui que fragilidade financeira externa é a principal fonte de comprometimento da segurança alimentar. Palavras-chave: Segurança alimentar; Ajustamento estrutural; Consumo de alimentos.