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O CAÇADO QUE SABE CAÇAR (EDGAR MORIN)
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Este texto preocupa-se, inicialmente, na integração da biologia ao pensamento antropológico, da natureza às relações sociais e culturais. É inegável que as ciências sociais se utilizaram de conceitos e metáforas extraídos das ciências naturais e da biologia, em particular. Mas a proposta de Morin é mais do que isso. É evidenciar a relação existente entre as duas ciências, a dependência que há entre elas, causadora dos suplícios e das venturas do homem, mola propulsora da sua evolução. A natureza humana é para as ciências sociais o ?Paradigma Perdido?. O texto trás teorias da evolução humana, onde se via um distanciamento entre o primata e o homem, surge a hominização, processo este que durou alguns milhões de anos. A hominização iniciou devido a uma desgraça ecológica, um desvio genético, uma dissidência sociológica, por uma modificação na auto-reprodução do ecossistema, por uma modificação na auto-reprodução genética de um primata evoluído, por uma modificação de uma auto-reprodução sociológica, o que quer dizer uma separação de um grupo juvenil que fundou uma nova colônia. A partir disto, pode-se concluir que um grupo de rejeitados ou anormais fundaram a hominização. O texto fala um pouco da caça civilizadora, que estimula as aptidões, estratégicas e o fogo que cria o lar, um local de proteção e refúgio. A sociedade hominídea separa ecológica, econômica e culturalmente os sexos, onde o homem vive da caça, o que o conduz para cada vez mais longe e a mulher vive em abrigos cuidando dos filhos vivendo da colheita de vegetais. A hominização progrediu radicalmente com a repressão da intolerância entre os seus membros masculinos através da solidariedade gerando uma cooperação desenvolvida através da caça. A partir daí a sociedade tomu cada vez mais uma organização coletiva, através da repartição da caça, onde foram necessárias criações de regras de distribuição. Foi aí que a solidariedade começou a surtir efeito. As mulheres e os homens continuaram a se diferenciar, o homem permaneceu com a caça, perpetuando a espécie, enquanto a mulher ficou subordinada a manter a fidelidade aos filhos e ao macho. Surgiram então duas imagens distintas, a do homem ereto com a arma erguida afrontando o animal e a da mulher curvada sobre a criança ou apanhando vegetais. Os jovens demontsram papel importante no processo de hominização, pois os mesmos com sua juventude eram mais aptos a descobrir coisas novas, acredita-se inclusive que pode ter sido um jovem que descobriu como acender o fogo ou que deu início à linguagem a partir de suas brincadeiras e modo juvenil de lidar com o grupo. O nascimento da cultura perpetuou-se a partir da combinação de disposições, exclusivamente de comportamentos inatos, do jogo das inter-relações entre indivíduos e grupos e através de aprendizagens. A cultura era transmitida, ensinada, aprendida, o que quer dizer, reproduzida em cada novo indivíduo em seu período de aprendizagem para poder se autoperpetuar e perpetuar a complexidade da sociedade. Cada criança masculina formava-se através da cultura maternal (relação com a mãe), passava pela cultura juvenil (que possui regras próprias) e finalmente pela cultura masculina. Este sistema permitiu a reprodução cultural do homem enquanto a mulher permaneceu confinada em sua cultura, sem passar por outros aprendizados. A cultura se autoproduz permanentemente da auto-reprodução da cultura que é a reprodução de uma nova sociedade a partir da colônia de jovens culturalmente formados que se separam da antiga. Foi através deste tipo de auto-reprodução que se multiplicaramm os grupos sociais. Foi assim que as sociedades hominídeas se espalharam pelo Velho Mundo, conservando sua alta complexidade.
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