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Página Principal : Antropologia
Violência urbana e Planejamento Familiar
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Sendo eu um policial militar, trabalhando mais de 27 anos em segurança pública, venho me questionando, lendo e conversando com pessoas das mais diversas áreas de atuação da sociedade, para entender o porque da violência urbana, violência no trânsito, enfim a violência e a agressividade dos seres humanos nas mais diversas situações. Sabemos, através de estudos antropológicos, históricos , psico- comportamentais, que os seres humanos desde o início da história da humanidade, tem tido atitudes violentas, defensivas e agressivas até por uma questão de sobrevivência. Desde o início da história humana tem havido episódios de violência física, guerras, homicídos pelos mais diversos motivos. Sabe-se que pela história da Bíblia, (para quem acredita ), que o primeiro homicídio foi o de Caim contra o seu irmão Abel, que por inveja de sua relação favorável com o Criador, pôs fim a vida de seu irmão. Desde então, ou desde o princípio da história, para garantir território, bens, possessões de terra, mulheres e poder, tem-se matado e morrido. Evidentemente, que estes episódios de violências, mortes, agressôes, foram seguidos de sentimentos de vingança, sendo transmitidas de amigos para amigos, de pais para filhos, parar vingarem-se de agressões anteriores, assim como de tribo, reinos, e famílias para famílias, ficando desenhado no DNA e no psicológico das pessoas envolvidas, assim como na sua história de vida, sendo transmitido de pai para filho, oralmente no início da história e posteriormente através da escrita, rudimentar no início e mais aperfeiçoado no decorrer da história humana. Esta violência e ódio, transmitidos, anos após anos, obviamente, não foi e não pôde ser estancada, somente por leis e regras da sociedade, pois certas coisas ficam desenhadas no contexto histórico e na mente das pessoas, sendo difícil de arraigar. Os legisladores das nossas sociedades modernas, na Grécia Antiga, até mesmo entre o povo hebreu, e outras civilizações, tentaram diminuir ou amenizar estes episódios violentos através de leis e regras, que de certa forma funcionaram, sendo que muitas delas são usadas até os dias atuais. Porém o que se observa nos dias atuais, em relação a violência urbana, pelo menos nas grandes cidades, com grandes aglomerações de pessoas, houve uma diminuição do amor, da afetividade, entre outros sentimentos positivos, para sobreviver, para competir com outras pessoas e muitas vezes, sendo que algumas pessoas não medem as consequências e nem escrúpulos para alcançar os seus objetivos, tanto na carreira profissional, quanto nas áreas de conquistas pessoais, aumentando portando a agressividade. Todos sabemos que a qualidade de vida nas grandes cidades, não é favorável a harmonia e a paz, pois, fatores como a poluição, sonora, visual, e do ar, entre outros, nos tira a tranquilidade e equilíbrios psicológicos, que muitas vezes nos levam a perder a calma, prejudicar a saúde, nos irritar pelos barulhos, nos leva também a viver em constante estresse e ansiedade pela preocupação com a criminalidade, perda de emprego, uso de drogas pelos filhos, etc.. Acredito que o crescimento demográfico desordenado das grandes cidades está contribuindo e muito com o aumento da violência, degradação do meio ambiente e qualidade de vida das populações que moram nas metrópoles. Pois a medida que as populações crescem, as matas são derrubadas para construção de moradias, rios são poluídos, animais são exterminados devido ao desmatamento, mais lixo é produzido, mais veículos circulam, mais fábricas poluem, áreas onde antes eram mangues, essenciais a reprodução animais marinhos, são invadidas e com a camada asfáltica fazendo o isolamento do solo, onde os alagamentos e enchentes ocorrem com mais frequência. Estes são alguns dos fatores, de conhecimento da maioria das pessoas que afetam a nossa qualidade de vida. Porém a questão vital, para resolução destas questões, como violência urbana, meio ambiente e poluição, a curto, médio e longo prazo, passa pela educação e conscientização de todas as pessoas no que se refere a " Planejamento Familiar", ou seja responsabilidade social, responsabilidade paterna e materna, pois enquanto a nossa sociedade (brasileira) e a nível mundial não começar a discutir com seriedade a educação e a consciência social, principalmente das populações mais carentes, para que possam ter responsabilidade e sejam responsabilizados por seus filhos, que se preocupem com sua qualidade de vida e melhores perspectivas de um futuro melhor, de um planeta melhor, certamente não teremos muita esperança na sobrevivência da raça humana. A partir deste princípio de conscientização e responsabilidade pelos atos de pais, mães e governantes, teremos uma sociedade que se importa mais com suas crianças, jovens e adolescentes, pois temos que nos preocupar com a individualização do ser, e seremos melhor cuidados e menos violentos e violentados nos nosso direitos, quando formos tratados com pessoas únicas e não números de estatísticas para governos e empresas que pretendem vender os seus produtos para as massas, muitas vezes sem se importar se estes mesmos produtos fazem mal, pois o objetivo é o lucro fácil e simples. Acredito que temos que parar de banalizar a tragédia, a violência e a morte, achando normal, uma criança abandonada, usando (drogas) crack, cocaína, etc.. nas ruas, assim como achar normal ver crianças, adolescentes, adultos e idosos, sendo vítimas de violências, desrespeito em seus direitos mais básicos. Porém para conseguirmos este objetivo acho necessário que nós, governo e sociedade, tenhamos consciencia e responsabilidade sobre os nossos filhos, que os governos parem com este paternalismo com interesse eleitoreiro, e ensinem e eduquem a população para que tenham responsabilidade sobre os fillhos, os amem e consequentemente construam uma sociedade melhor.
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