|
|
Página Principal : Antropologia
Reminiscências Culturais dos Aceiros_parte II
Publicidade
INTRODUÇÃO
Este trabalho teve como objetivo encontrar as reminiscências (fragmentos) da cultura da Baixada campista que até hoje estão enraizadas na âmago do povo de Campos. Foram meses de viagens, entrevistas, conversas, pesquisas em livros para compreender de que forma a cultura do povo campista foi transmitida até as nossas gerações.
A pesquisa que ora se inicia no Solar do Colégio, durante as primeiras manifestações das danças do Jongo, e da Mana-Chica, é posteriormente transmitida e retransmitida através de inúmeras gerações de homens e mulheres para todas as localidades da Baixada, de Tocos, Mineiros, Goitacazes, Donana, São Martinho, Poço Gordo, Caboio, Barra do Furado, Correntezas, São Sebastião, Saturnino Braga, Farol, Xexéu, Campo Limpo e Santo Amaro, entre outras.
Com as danças o povo da Baixada vai criando e modificando os elos com os fragmentos existentes de outrora, e essa mesma cultura avança por outras áreas, como a da culinária, dos modismos, e principalmente, do linguajar. O povo da Baixada Campista é um mestre em criar palavras e modismos diante das situações, como nos cumprimentos sociais.
Diante dessa riqueza cultural, nós pesquisadores, passamos a compreender tudo o que hoje, se nos transmite através das regras e dos ditames sociais. Frases e palavras que até hoje perduram, passaram a ser compreendidas através das inúmeras pesquisas de campo, e pesquisas em livros que retratavam o cotidiano do homem da zona rural de Campos.
O trabalho foi dividido em partes, e cada grupo se responsabilizou em colher todos os dados possíveis. Um dos grupos ficou encarregado das danças, como a Mana-Chica, o Lanceiro, a Mazurca e o irresistível Jongo. Outro grupo ficou encarregado de descobrir vestígios de palavras proferidas pelo povo nas inúmeras entrevistas e nos livros. Além de descobrir traços característicos dos muxuangos e mocorongos, que viveram na baixada.
Em linhas gerais, foi um trabalho árduo, mas gratificante, quando passamos a compreender, e dar valor ao que somos e ao que temos hoje, em termos culturais.
DESCRIÇÃO DA PESQUISA
As Danças
Durante as visitas a Baixada Campista, e as buscas das letras e da melodia de danças como a Mana-Chica e o Jongo, os pesquisadores se depararam com outras riquezas culturais como o Fado, o Lanceiro, a Mazurca. Os pesquisadores encontraram alguns remanescentes de grupos de jongueiros da Baixada, e através de entrevistas e bate-papos, conseguiram algumas letras e versos que eram cantados pelos jongueiros do Solar do Colégio.
Infelizmente, em relação as outras danças quase nada pode se apurar, tendo em vista que as outras danças foram exploradas em períodos ainda mais remotos e as novidades culturais acabaram por apagar qualquer fragmento que pudesse existir.
O Linguajar
Esta foi uma das partes mais difíceis do trabalho, pois que a cultura televisiva fez com que o homem da baixada apagasse os seu traços culturais diante das novidades e dos novos jargões e bordões pronunciados pelos radialistas e pelos programas de televisão. Mesmo assim, através dos livros, é que os pesquisadores conseguiram alguns raros fragmentos de como é pronunciado esta ou aquela palavra. Como o famoso cabrunco, pocar, as lambretas, enxugadores, engomadores, marimbas de pipa, a troca da letra ?L? pela letra ?R?, lamparão, etc.
A maior parte desta pesquisa foi feita através dos livros, mesmo assim, algumas palavras puderam ser percebidas em separado por cada um dos pesquisadores de acordo com todas as informações que os pesquisadores tinham a respeito de palavras ou expressões que até hoje são ditas e pronunciadas pelo campista em alguns bairros da cidade.
Muxuangos e Mocorongos
Encontrar traços culturais de muxuangos e mocorongos foi a parte mais difícil, pois a miscigenação racial acabou por criar uma nova identidade racial e cultural, o campista de hoje. Foi através dos livros encontrados na biblioteca da faculdade que os pesquisadores foram encontrando os elementos necessários para a pesquisa.
Louros, de olhos azuis ou esverdeados, rosto largo, lábios finos, nariz reto, corpo magro e estatura variável, são as características principais dos muxuangos. Já o mocorongo é definido como moreno, de olhos castanhos escuros ou amendoados, cabelos negros e corredios, o osso da maçã do rosto em relevo, a barbicha de piaçava gasta, e a boca sempre extensa num sorriso duvidoso. Apesar de tantas diferenças ambos tem uma coisa em comum, o gosto pelas danças.
E assim através dos livros, os pesquisadores encontraram as diferenças que caracterizaram estes dois grupos que viveram na Baixada Campista.
Veja mais em: Antropologia
Artigos Relacionados
- Reminiscências Culturais Dos Aceiros_parte Iii
- Instituto Superior De EducaÇÃo Do Rio De Janeiro
- O Candomblé Da Bahia
- Dois Tipos De Questionários De Pesquisa
- A Herança Branca Da Identidade Negra - Parte 2
- Decoradores De Filosofia
- Miscigenação No Brasil
|
|
|
| |