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O MACHISMO NO MÉXICO
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Ainda existem pessoas que acham que há igualdade entre homens e mulheres. Estamos, no momento em que este resumo está sendo escrito, no ano de 2008, e muito pouco tem mudado no comportamento de homens com relação a mulheres. Não estamos referindo-nos a países muçulmanos onde as mulheres precisam viver dentro de um labirinto de regras profundamente rígidas, respaldadas por religiões não menos rigorosas. Estamos falando do MÉXICO, um país encravado na América Central, no lado ocidental do planeta. O controle, cada vez mais rigoroso, imposto pelos homens mexicanos a suas mulheres, tornou-se mais facilitado com a tecnologia dos celulares. Através desses aparelhos, os homens controlam suas vidas e seus tempos, todos os dias. Entre elas, cresce, a cada dia, a consciência de sua escravidão física e psicológica, apesar de terem recebido de suas mamães, uma educação totalmente orientada para a passividade, para o serviço doméstico e para o atendimento, sem questionamentos, a seus pais, irmãos, maridos, noivos e namorados. No entanto, alguma coisa mudou. Elas hoje já estão autorizadas a estudar e a trabalhar e não sofrem mais castigos físicos. Podem sair para almoçar com amigas, ir fazer compras em shoppings, ou ir ao cinema, desde que dêem satisfação aos homens que as rodeiam (pais, irmãos, namorados, noivos ou maridos) de onde estiveram durante o dia e a que horas. Entre os homens existe uma cumplicidade cínica, que caracteriza muito bem a condição inferior em que essas mulheres são classificadas. Para ilustrar melhor essa condição de desrespeito, foi inaugurado, recentemente (22 de janeiro), na Cidade do México, a modalidade "ônibus rosa", denominado de "autobuses Sólo para damas" que foi a solução para que as mulheres possam viajar em paz, sem ser bolinadas, atacadas ou mesmo estupradas, por passageiros homens, de todas as idades ("Y está bien, porque hay viejitos bien abusivos"), com a cumplicidade de todos os demais, inclusive do motorista. Essa situação atingiu uma gravidade tão expressiva, que as mulheres já estavam entrando armadas de latas de gás, instrumentos pontiagudos, socos ingleses, etc. dentro dos ônibus comuns, para se protegerem dos ataques constantes desses passageiros. Este é um problema cultural, que é realimentado principalmente pelas mães de filhos homens e filhas mulheres, pois elas repetem, para esses, as lições e os valores da mesma cartilha com que foram criadas. Esse estado de coisas irá mudar algum dia, mas isso se fará, antes, lamentavelmente, sob muito medo e muita violência masculina, em todos os níveis (físico, judicial e psicológico). Além de tudo, é importante contextualizarmos essa agressão aos direitos e à liberdade feminina e a necessidade de criação dos ônibus rosa. Tudo issso acontece na cidade mais populosa do país, que ainda por cima é a sua capital e seu centro cultural. Imaginem, se nas grandes metrópoles mexicanas, isso acontece sem uma repressão efetiva do poder de polícia (provavelmente com efetivo masculino em sua maioria), como deverá ser o tratamento e a vida das mulheres nas regiões mais pobres do país, com destaque para as periferias dessas grandes cidades e as regiões do interior, baseadas, quase sempre, em uma economia agro-pecuária, em sua maioria de cunho familiar e artesanal?
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