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Cangaceiros: os bandidos sociais
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Bandos armados conseguiram pela força o que não haviam conseguido como homens pacíficos. Dezenas de Bandos de cangaceiros, a partir de 1880, assaltaram, mataram e extorquiram, causando terror às populações nordestinas durante meio século. Um camponês, trabalhador de uma fazenda ou pequeno proprietário, reagia contra ofensas, desonras e injustiças cometidas contra si ou membros da sua família, geralmente, cometendo um assassinato. Para se vingar, matava o capataz, o fazendeiro ou o filho do fazendeiro. Para escapar da justiça ou dos jagunços do Coronel, tornava-se um fugitivo. Se tivesse liderança acaba arregimentando pessoas como ele e formava um bando. Podia ainda se juntar a um bando já formado. Os cangaceiros eram bandidos, fugitivos da lei. Mas eram de um tipo especial de bandido. Eram produzidos por uma situação de miséria e opressão, sofrida pela maior parte da população nordestina. Assaltavam de preferência os ricos, de quem tinham algo para roubar. Eram os únicos que desafiavam os poderosos e as autoridades, chegando muitas vezes a humilha-los quando invadiam fazendas, vilas e cidades. Vez por outra davam aos pobres uma parte do que tinham roubado dos ricos. Assim, embora temidos por todos, despertavam a admiração do povo. Tinham a fama de justiceiros e respeitadores de mulheres e famílias honestas. Os feitos dos cangaceiros eram vistos como desforra dos oprimidos. As famílias pobres do campo muitas vezes cooperavam com os cangaceiros. Davam informações sobre a presença de destacamentos policiais que perseguiam cangaceiros, as denominadas volantes. Indicavam atalhos, forneciam comida, escondiam e tratavam de feridos. O cangaceiro nasceu de uma situação social de opressão e despertou a admiração, o reconhecimento popular. Essas características fazem dele um bandido social. Quando lampião e seus principais companheiros foram finalmente derrotados e mortos, em 1938 o cangaço já declinado. A morte de Lampião marcou o fim dessa forma de reação social no Brasil. O poder dos Coronéis se mostrou mais forte que o cangaço, mais forte que o messianismo. Antonio Conselheiro, o Monge José Maria, Lampião e muitos outros passaram. Mas os coronéis ficaram.
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