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Sobrevivência na Selva
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Yanomanis são uma tribo que vive no Noroeste brasileiro e cujo acesso está interdito sob uma suposta "protecção da tribo" por parte das autoridades. Rüdiger Nehberg quis saber a verdade. Para isso estudou a lição e planeou tudo ao pormenor. Anteriormente já tinha vivido experiências de " sobrevivência" como o treino de 5 dias que tivera nos bosques alemães. Cinco dias não era 1 mês e por isso preparou-se com um treino mais prolongado na Alemanha, durante o qual não teria contactos com a civilização, mas que servisse como fonte de ensinamentos. Iniciou o treino num dia de Outubro com pouco equipamento; sem tenda ou saco-cama, facas ou panelas. Como faca usava uma pedra com arestas afiadas. Queria percorrer uma média de 50km por dia. Assim teria 10h de marcha, 2h de descanso, 1 hora para acampar e 10h de sono. Restava uma hora para procurar alimento. Uma regra de ouro para sobreviver é não entrar em pânico quando a fome apertar. O primeiro dia estava repleto de expectativas sobre a viagem. A refeição foi o resto de uma maçã com formigas. Boa altura para se desligar da repugnância infundada. Chegou a procurar minhocas, gafanhotos e insectos como fonte de proteínas. Outras iguarias incluiam urtigas, avelãs, botões de roseira brava, bagas de sabugueiro, cogumelos e cenouras bravas. Bebia chá de hortelã-pimenta, camomila e de roseira brava. Usava folhas frescas para fermentar as raízes que colhera. Com ramos secos, construiu uma grelha e fazia as camas. Temperava a comida com cinza. Aos poucos a alimentação precária ia influenciando grandemente a sua disposição e as bolhas nos pés também contribuiam. Para isso improvisaria pensos e fazia aberturas para ventilar os pés. A capacidade de reacção também piorou. E em breve começou a emagrecer.Os músculos tornaram-se a fonte de sustento. A vontade de vencer, o be-estar espiritual era tão importante como o físico e a proximidade do objectivo dava-lhe forças para continuar. Ao 23º dia atingiu o objectivo e a sensaçao de fome enquanto via os outros a comer já não o influenciava. Sentia-se preparado para a cruzada no brasil. Uns meses mais tarde começou a viagem. Dois homens deixaram-no em plena Amazónia após declaração por escrito que era por livre vontade que ali ficava. assim aparece na floresta virgem com o mínimo de equipamento, completamente só e sem espingardas . Apenas usava um cinto de emergência, que carrega dia e noite. Pôs-se a caminho, parando de meia em meia hora para tocar na sua gaita de beiços, para se sentir menos só mas também para chamar a atenção dos índios. Essa primeira impressão deveria ser boa para facilitar o encontro. Levava umas caixas estanques para fazer uma jangada onde regressaria, mas um casal de jaguares usara-as, uma noite, para afiar os dentes, desvanecendo essa possibilidade de regresso. O encontro com os índios foi ao 3º dia, extremamente caloroso e levaram-no até à aldeia. Dividiram a sua bagagem e retribuiram com carne e bananas. Continuou a caminhada até chegar à tribo pretendida que levava ainda um modo de vida "tradicional" e onde nenhum branco chegara até então. Teve contacto com os costumes dos Yanomanis. Nas festas fumam um pó que sopram por uma cana para o nariz dos outros. À medida que o pó fazia efeito vão dançando e cantando cada vez mais entusiasmados. Nas exéquias fúnebres queimam os mortos e reduzem os ossos a pó que misturam, na festa em memória dos falecidos, com sopa de banana que é depois comida por todos. As terras destas tribos, ricas em ouro e diamantes são cobiçadas por brancos que trazem consigo doenças e aniquilam ao máximo os tesouros e bens desta tribo. Surgiu então uma organização não-governamental que conseguiu alguns feitos para os Yanomanis, zelando pela sua sobrevivência. Fez uma bóia para regressar a nado, para evitar as piranhas nadava sempre com movimentos regulares. O frio da água obrigava-o a paragens regulares para se aquecer levando-o a desistir e ir a pé até á aldeia. Para ajudar os Yanomanis que poderia fazer? Acabou por escrever um livro sobre a sua viagem e a luta dos Yanomanis. Foi pedido auxílio ao Papa. Teve o apoio da Sociedade para os Povos Ameaçados para elaborar um petição assinada por 25 personalidades e organizações. O Papa recebeu a petição pessoalmente em 4 de Maio de 1983.
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