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Página Principal : Comunicações e Mídia
Como Nos Vendem a Mota
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Introdução: O papel dos meios de comunicação na política contemporãnea obrigam-nos a questionar que modelo de democracia queremos para esta sociedade. Existem dois conceitos de democracia: o de uma sociedade democrática que pressupõe a participação através dos diversos recursos existentes, nomeadamente a LI e a LE; uma democracia autoritária, em que os MCS estão fortemente controlados. A forma dominante é a segunda. História da propaganda. ? Woodrow Wilson, 1916 ?primeira operação moderna de propaganda. A necessidade de incutir no povo americano a ideia da obrigação de participar na Guerra foi levada a cabo pela Comissão Creel. Meios utilizados: 1- fabricaram atrocidades supostamente cometidas pelos alemães; boa parte destas eram inventadas pelo Ministério britânico da propaganda. 2 ? controlaram o pensamento da elite intelectual americana, que disseminaria a propaganda. Quando a a propaganda recebe o apoio das elites culturais deixa de haver espaço para pensamentos não-ortodoxos. Democracia do espectador ? Walter Lippmann Estava consciente de que a democracia exige consensos e de que estes eram fabricados pelas elites. Dizia que as grandes questões escapam ao homem comum. Há que coarctar qualquer possibilidade de associação das massas. Como dizia o teólogo Reinold Niebuhr, a racionalidade é um privilégio de poucos: a maioria rege-se pelas emoções e pelos impulsos. Para tal é necessário dividir os meios de comunicação, as escolas e a cultura popular. Os interesses públicos escapam à capacidade de compreensão do ?rebanho desconcertado?. Relações Públicas Expandem-se nos anos 1920?s. O seu objectivo é subordinar as massas às directrizes do mundo empresarial, é controlar a opinião pública. Para tal os indivíduos têm de estar atomizados, segregados, fragmentados; não podem ambicionar organizar-se e ser mais do que espectadores passivos. Desde a sua fundação, a última vitória relevante dos trabalhadores no campo parlamentar foi a ?Lei Wagner?, de 1935. A greve no sector do aço em Johnstown, abafada pelos meios de comunicação, iniciou o paradigma da nova eficácia desses recursos nas mãos do poder empresarial e financeiro. Ficaria conhecido como ?fórmula Mohawk? ? método científico para impedir greves. As relações públicas provaram dar bons resultados na mobilização da opinião pública a favor de conceitos vazios, na inculcação de valores correctos: partidas de futebol, filmes violentos e slogans encarregam-se do resto. As RP´s aprofundaram uma engenharia do consenso. Os indivíduos capazes de fabricar consensos são os que têm recursos e poder para tal ? a comunidade financeira e industrial ? e para eles trabalhamos. Fabricação da opinião Exemplos de camapanhas bem orquestradas na América para mobilizar a opinião pública para empresas que, em princípio, contestariam: ? 1954 ? intervenção miltar para derrubar o governo democrático-capitalista da Guatemala. ? 1984 ? programas impopulares de Reagan. ? 1960?s ? o síndroma Vietnam. ? 1990 ? Guerra do Golfo. A representação como realidade É preciso falsificar a história para derrubar inibições da opinião pública. Quando um governo domina os meios de comunicação e o sistema educativo e a intelectualidade são conformistas, qualquer política pode ser concretizada. A cultura dissidente Ao longo dos anos 1970/80?s desenvolveu-se toda uma cultura dissidente: feministas, ecologistas, anti-nucleares, etc. Revelou-se então o ?perigo? da democracia. Se se podem criar organizações, se a gente não é apática, podem aparecer ideias extravagantes, como a rejeição do uso da força militar. Desfile de inimigos Os meios de comunicação são um instrumento de alienação colectiva das massas, de ocultação dos seus problemas sociais, económicos e políticos graves que podem despoletar reacções violentas. São uma forma de domesticar as massas. É necessário fabricar monstros fantásticos para produzir uma ofensiva ideológica. Até aos anos 1980?s foram os russos a encarnar a figura do lobo mau da América. Agora são os terroristas, os árabes, os traficantes, Saddam Hussein,? . Percepção selectiva O exemplo das memórias do preso cubano libertado em 1986 ? Armando Valladares ? e a batalha jurídica de Herbert Anaya em El Salvador. A guerra do Golfo Um êxito espectacular da propaganda, o paradigma de como funciona um bom sistema de propaganda. A proposta de paz iraquiana ? retirada militar do Kuweit a troco de que o Conselho de Segurança da ONU estudásse uma solução para o conflito árabe-israelita ? nunca foi ventilada na comunicação social do ocidente. As opinões divergentes, como a oposição democrática iraniana ao regime de Hussein, foram silenciadas na imprensa ocidental. Conclusão: ?(?) vivemos uma forma de totalitarismo autoimposto, no qual o rebanho desconcertado se encontra dirigido e submetido à repetição inconsciente de slógans patrióticos, e imbuído de um temor reverencial pelo líder que o salva da destruição, enquanto as massas que já chegaram a nível cultural superior marcham a toque de corneta repetindo aqueles mesmos slógans.?
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