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Os grandes grupos nos media portugueses (Parte 2)
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(Continua de Parte I mencionada em baixo em 'Links importantes') --------------------------------------------------------------------
As movimentações dos anos 80/90 O 25 de Abril trouxe profundas alterações à propriedade dos media. Na sequência dos acontecimentos de 11 de Março de 1975, e por efeito da nacionalização da banca e dos seguros, quase toda a imprensa nacional passou para a posse do Estado.
No fim da década de 80, a política de reprivatizações chega à comunicação social e cria o contexto favorável a um novo movimento de concentração nos media.
Principais características: Não resulta somente de um movimento dos grupos financeiros e industriais para a imprensa (como a SONAE), mas também de um movimento de expansão das próprias empresas ligadas aos media (Lusomundo, Presslivre, grupo Balsemão).
Insere-se no quadro de uma estratégia multimédia tentando juntar num mesmo grupo imprensa, rádio e TV.
Os investidores visam a obtenção de lucros, numa perspectiva dos media enquanto indústria, e não apenas a procura de influência política.
Verifica-se a participação do capital estrangeiro, que passa a estar presente de uma forma directa em praticamente todos os grandes grupos como a Projornal, a TVI, a Controljornal e da SIC, da Lusomundo, e do Público.
Estes factores são indissociáveis do desenvolvimento e diversificação da indústria dos media, quer por 1) razões ligadas ao próprio campo dos media, como por 2) razões mais dependentes de factores externos aos media.
1 Grande aumento dos custos de produção, devido à utilização das novas tecnologias e à necessidade de restruturações e modernizações em todos os níveis da indústria mediática.
Necessidade de grandes investimentos tanto na área do marketing, como na actividade jornalística, cada vez mais diversificada e especializada.
Aumento e enriquecimento do campo dos media. Ex. Multiplicação das publicações especializadas
Mais e maiores expectativas por parte do público.
Clima de feroz concorrência, primeiro na imprensa, e depois na televisão.
2 Um crescimento económico assente nas desigualdades sociais, implicando uma aumento do poder de compra das minorias com hábitos de leitura.
Aumento da concentração do capital em grandes grupos económicos, numa estratégia de criação de fortes grupos nacionais.
Decisões políticas incentivadoras do movimento de concentração, tais como a reprivatização da imprensa estatizada, e a abertura dos concursos às novas frequências de rádio e aos novos canais de TV.
Convém aqui sublinhar a interferência do poder político no fenómeno de concentração da propriedade - «foi a partir de iniciativas desencadeadas pelo Estado e não por fenómenos endógenos do mercado ou por espontâneos movimentos empresariais, que a concentração se começou a desenvolver e Portugal (Confrontação fatal - privatizações e novos monopólios, documento apresentado pelo Sindicato dos jornalistas ao 1º encontro nacional de jornalistas, organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1991).
Outro lado da questão, indiscutível, é que as estratégias por que passa a comunicação social são estratégias globais, traçadas à escala mundial, universal. Em Portugal, as exigências de uma parte de sector económico (a mais poderosa e ligada ao capital) encontraram do lado do poder político a previsível compreensão. Isto tem a ver, por um lado, com as debilidades estruturais e a relativamente reduzida autonomia da industria dos media entre nós, o que a torna necessitada do apoio estatal, por outro lado, com a persistência de uma íntima interligação e comunhão de objectivos entre o poder político e o poder económicos dominantes.
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