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Libération: online Vs impresso
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O sucesso da Internet como meio de pesquisa e divulgação de informação, transformou-se num grande desafio para os media tradicionais, tanto que estes tiveram de se adaptar às diferentes exigências de um público cada vez mais interessado nas NT e, por isso mesmo, com uma possibilidade de escolha cada vez maior. Esta adaptação resultou nas versões online de jornais, de revistas, de canais de televisão e mesmo de estações de rádio. No caso dos jornais, comparando a versão impressa e a versão online do jornal francês Libération, é facilmente observável a enorme quantidade de diferenças existentes. Numa primeira análise, algo superficial, pode-se fazer referência a três aspectos fundamentais: a estrutura, o aspecto e o conteúdo. Relativamente à estrutura, na versão impressa temos a notícia de capa em grande plano e uma pequena referência às notícias principais de algumas das secções (Mundo, Política, Sociedade e Lazer e Cultura) e o leitor tem de abrir o jornal e percorrer com o olhar algumas das páginas se quiser ter uma ideia mais global das notícias ou se as quiser ler. Já na edição online não existe capa, as últimas notícias e as principais aparecem imediatamente, organizadas por temas, assim que se entra no site. Outra diferença estrutural é o facto de a edição online permitir que o leitor tenha o seu próprio espaço no site, mediante um registo. No que diz respeito ao aspecto, esta versão é mais atractiva, mais colorida e mais interactiva. Relativamente ao conteúdo, as designações das secções gerais são iguais em ambas as edições, contudo, os destaques nem sempre são os mesmos, pois a edição online é actualizada constantemente com novas informações (existe mesmo uma caixa de texto com as últimas notícias, sempre em circulação). Na página de entrada as notícias são referenciadas apenas através dos títulos ou de uma breve introdução e o leitor selecciona aquelas que quer ler ou aprofundar clicando no link. Nas notícias principais existem ainda sub-links que nos direccionam para outras notícias relacionadas, permitindo uma maior contextualização. Através destes sub-links , pode-se aceder a fóruns de discussão sobre os assuntos mais polémicos. Existe, portanto, uma maior interacção entre quem faz o jornal e quem o lê e há mais espaço para debate de ideias e para discussão, praticamente em tempo real, se se pretender, seja através do fórum ou dos comentários relativos a notícias. A edição online do jornal Libération disponibiliza ainda serviços extra, como a previção meteorológica num formato mais global e completo do que na edição impressa, um motor de busca interno e externo (este reecaminha a pesquisa para o Yahoo), a consulta do aquivo e até mesmo a versão impressa do jornal em formato .pdf (apenas para utilizadores registados, o que implica pagamento). Outro extra desta versão, são os dossiers especiais em destaque que funcionam como arquivo da informação relativa a um determinado tema em voga (actualmente, Eleições em Itália e Moda ) e o facto de permitir que o leitor tenha também acesso a ficheiros audio-visuais em arquivo, nomeadamente fotografias, vídeos, áudios, diaporamas e panografias. Assim, é relativamente fácil ter-se uma ideia geral ou aprofundada de toda a informação contida num jornal impresso, mas isto é impossível em relação à sua versão online, pois não há uma renovação de dados, mas uma acumulação. Este facto pode ser negativo, dado que é fácil o utilizador ?perder-se? no meio de tanta informação. O leitor pode inclusive estar actualizado sem consultar regularmente a webpage do jornal, basta increver-se na newsletter. Dentro da categoria interactivo, na qual esta está incluída, o leitor pode igualmente ter acesso a opções adicionais, tais como webblogs, fóruns e chats. Pode ainda, na categoria serviços, entrar numa base de dados relativamente a compra, venda e troca de produtos, a ofertas de emprego e aformações. Relativamente à publicidade, esta tem muito mais impacto na edição online, chegando mesmo a ser agressiva, com pop-up?s a toda a hora e anúncios quase camuflados entre as notícias, de tal forma que o leitor lhes dispensa algum do seu tempo antes de se aperceber do que realmente se trata. Existem ainda publicidades em formato áudio e vídeo, que se tornam difíceis de desactivar (são carregadas automaticamente quando entramos no site). Fazendo uma breve comparação com os jornais online portugueses, posso dizer que estes possuem uma publicidade bem mais light do que a imprensa francesa. Concluindo esta comparação, pode-se dizer que a versão impressa de um jornal pode ser, como se verificou no caso do Libération, bastante distinta da sua versão online. No entanto, e fazendo uma análise mais global, se, por um lado, a edição online parece ser, à primeira vista, mais atractiva, por outro, por alguma razão a versão impressa continua a ser procurada pelos leitores. Várias razões podem justicar este facto: primeiro, nem toda a gente que tem possibilidade para comprar um jornal tem possibilidade para possuir um computador com ligação à internet. Depois porque há hábitos que dificilmente se mudam, tal como ler-se o jornal enquanto se toma o pequeno-almoço. Da mesma forma, para as pessoas que têm de utilizar transportes públicos para ir e vir do emprego, o jornal impresso é uma distracção bastante mais prática. Para além disso, há quem ainda tenha receio de ?enfrentar? as novas tecnologias e prefira não estabelecer uma relação tão próxima, sobretudo quando a maioria dos sites de notícias começam a aderir a formatos mais complexos e a formas de publicidade cada vez mais agressivas.
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