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Controle de Tráfego Aéreo
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Negociação entre Comandante e Comandados Coronel-Aviador Luís Mauro - Em 8 de dezembro de 2006Parece que o presidente da República não percebeu, ou finge não ter percebido, que a causa da crise no controle de tráfego aéreo não está na Aeronáutica, mas, nas políticas irresponsáveis, justamente, de setores civis de seu governo. Se não, vejamos: ? Os controladores militares estão ganhando pouco? Não, não são eles que ganham pouco, são todos os militares que estão muito mal remunerados, e não é do Comando da Aeronáutica, mas do governo federal, essa política salarial revanchista e injusta em vigor; ? Há carência de controladores, e alguns equipamentos estão obsoletos? Não foi o Comando da Aeronáutica que contingenciou as verbas que teriam evitado essas deficiências, foi, novamente, o governo federal que o fez, por motivos que nada têm a ver com essa Força ? gerar superávit, pagar juros extorsivos, subornar eleitores com bolsa-esmola, desviar recursos públicos para comprar apoio de congressistas, conceder indenizações e pensões milionárias a terroristas, a guerrilheiros, a subversivos e a outros companheiros, e, finalmente, financiar projetos ditatoriais de perpetuação no Poder; ? Os controladores de vôo desestruturaram o transporte aéreo no País? O tumulto no controle de tráfego aéreo não teria prosperado se tivesse sido permitido ao Comando da Aeronáutica o uso do arsenal de medidas disciplinares e penais disponíveis, e os militares insubordinados não tivessem contado com a conivência do ministro da Defesa, ou seja, mais uma vez, o governo federal. E, em reforço ao que dizemos, a incompetência dos governantes não se circunscreve ao Transporte Aéreo. Em todas as atividades de sua responsabilidade impera o caos. Para confirmá-lo, basta ver como anda a Saúde, como vai a Educação, como está a Segurança. E estradas? E o crescimento do PIB? E os juros? E a Política Externa? E a corrupção governamental? Infelizmente, parece que o governo prefere continuar a exercer forte assédio moral sobre o Comandante da Aeronáutica ? como bem definiu o Ten.-Brig. Ivan Frota, presidente do Clube de Aeronáutica ? a adotar as medidas corretoras de sua alçada. São grandes as evidências de que não se quer resolver o problema, mas, simplesmente, desgastar o referido Comandante, quem sabe, para atingir objetivos escusos, como a desmilitarização da atividade, que proporcionem novas fontes de desvio de recursos. Eis algumas dessas evidências: ? a permanência do ministro da Defesa no cargo, apesar de seu comportamento esdrúxulo ter potencializado as nefastas ocorrências no sistema de controle de tráfego aéreo, aumentando-lhes a gravidade e a duração; ? a designação da ministra Dilma Rousseff ? que, certamente, não tem boas relações com os militares nem a isenção imprescindível a tratar do caso ? para presidir o grupo de trabalho que, supostamente, deveria procurar a solução de um problema sobre o qual, além do mais, ela nada sabe; ? o palpite do presidente da ANAC, no sentido de ser preciso atender as reivindicações dos controlares de vôo (entenda-se, militares em greve), resumindo-se a questão, apenas, a como fazê-lo. Mas tudo isso se torna pequeno, quando se lê a matéria de Kennedy Alencar na Folha de São Paulo, de 8 de dezembro, da qual extraímos o seguinte trecho: "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ao comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, que ceda aos controladores de vôo e que negocie uma solução para a crise no setor aéreo. Para Lula, o governo perdeu a batalha contra os controladores". Agora, não se trata mais de um ministro da Defesa perdido que dialoga com militares em greve ilegal e criminosa, nem de um presidente de agência reguladora falastrão que propala dislates, mas é o próprio presidente da Republica quem determina a um comandante militar que "ceda e negocie" com seus comandados insubordinados, respaldando, assim, a irresponsabilidade de seu ministro da Defesa. Presidentes não devem dar ordens absurdas ou inconstitucionais, nem Comandantes podem negociar com comandados. Se isso vier a ocorrer, já não haverá mais presidente, nem comandante, nem Força Armada, nem militares. Quando muito, talvez haja sindicalista, patrão, empresa e empregados. É possível que a sociedade não tenha visto a gravidade disso, embora seja ela que mais sofra as conseqüências desses desmandos, mas os chefes militares, sem dúvida, o perceberam e sabem muito bem que tal comportamento é inaceitável, pois, com ele, se tornará impossível comandar qualquer tropa. Se subordinados puderem contestar as ordens recebidas, reivindicar, fazer greve, sabotar as operações, e, finalmente, sair vitoriosos com o aval do ministro da Defesa e a bênção do presidente da República, terão ruído, definitivamente, os pilares sobre os quais se assentam as Forças Armadas ? a Hierarquia e a Disciplina. Nada pode ser mais sagrado para os militares do que esses dois elementos. Feri-los é sacrilégio imperdoável, já que significa, também, ferir de morte a própria Instituição Militar. Segundo, ainda, o Jornalista, o motivo da estapafúrdia ordem presidencial foi o temor de que o prolongamento da crise "estrague a festa de posse do segundo mandato, no dia 1º de janeiro". Que a causa fosse mesmo essa bobagem é difícil de crer. O quadro mais parece sugerir que o verdadeiro objetivo oculto é a neutralização das Forças Armadas brasileiras. Sem Forças Armadas ou com estas em absoluta inoperância, o País estará inteiramente vulnerável a qualquer inimigo ou aventureiro externo ou interno que se apresente. Assim, podemos concluir que esta é, sem dúvida, a maior ameaça que o Brasil já teve em toda sua História recente, comparável, apenas, à que sofreu em 1964. Agora, que as verdadeiras intenções se escancararam, é imperativo de sobrevivência que despertemos da letargia em que nos encontramos há pouco mais de duas décadas. É preciso abortar essa insensatez enquanto isso é possível.
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