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A Escola que premia


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  Certa vez uma aluna me disse que seu pai prometera-lhe um presente ou coisa parecida caso ela obtivesse êxito na nota escolar. Ouviu como resposta da garota uma bela lição de moral: ?eu aprendo para crescer como pessoa, não para ganhar prêmios?.

Cada vez menos alunos pensam assim. Não é de se estranhar, dada a maneira como a educação é hoje tratada. É cada vez maior a promessa de prêmios para estimular o estudante em sala de aula, condicionando a aprendizagem a um bem material. No discente nasce a ideia da aprendizagem vinculada ao ter, jamais à do pleno desenvolvimento, exercício para a cidadania e qualificação para o trabalho, como preconiza a LDB em seus princípios e fins.

Para o docente, uma bonificação em dinheiro como prêmio baseado nos resultados obtidos em cima dos alunos. Aliás, resultado é a palavra que mais se menciona na educação de hoje. Nela está embutida a lógica empresarial que se apoderou de vez do meio educacional. O aluno é a mercadoria que sobre ele o vendedor-professor ganha sua comissão para a empresa-escola gerar lucro e bater a concorrência.

A educação é por excelência transformadora do indivíduo e consequentemente da sociedade e deve ser essencialmente revolucionária e não representar um sistema que a coisifique. É representativa do meio em que está inserida apenas de maneira dialética, pois reproduz as contradições próprias da luta de classes. Não pode a educação entregar-se a essa inversão de valores que minimiza o humano em detrimento de seu caráter holístico sob pena de transfigurar-se em instrumento do mesmo sistema que a dilui.

O desafio posto hoje para os educadores é resistir trilhar o caminho mais cômodo ou o que lhe proporciona satisfação material decorrente de seu trabalho docente - o ?Fetiche da mercadoria? no dizer de Marx -, convertendo a educação em um valor a mais do capital.

Numa época de aumento salarial para professor baseado nas estatísticas que o alunato obtém em prejuízo de uma melhoria igualitária e verdadeiramente justa; na promessa de bens materiais aos alunos em vez do estímulo à aprendizagem como processo de crescimento intelectual e humano; no dinheiro como valor central, no esquecimento da ética e no incentivo à competitividade, é preciso coragem para remar contra a maré, pois o ônus a se pagar está na atitude de deixar-se levar pela correnteza sem fazer nenhum esforço.




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