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Um VELHO CANSADO DE SER BRASILEIRO
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Certo dia, numa tarde tranquila, eu sentei em um banco de uma pracinha deserta e deixei-me envolver com os pensamentos lerdos e absortos. Eu não queria pensar em nada, em quem eu sou, o que faço ou deixei de fazer... Creio que eu estivesse cansado de tanto fazer coisas a um País que nada a mim, até o momento, tenha feito. Sou brasileiro e deveria orgulhar-me disso, mas, infelizmente, não sei porque, eu gostaria que o Brasil se orgulhasse de mim... Sim, por que não? Eu, como tantos outros milhões de brasileiros vivemos de certa forma, no caos... Toleramos, calados, posições políticas e sociais que estão sob o comando de um povo, qual, na íntegra consciência não governa para todos, mas em prol de seus próprios interesses... A verdade armada e desconsolada é que o poder gerado através do povo, não volta em prol do povo. Apenas se transforma numa sentença errônea, condenando-o a pagar impostos altos, multas extravagantes e sentenças de taxas a qualquer tipo de serviço público... Se o governo é o pai de uma Nação ou de um Estado ou de um Município, hei de me lembrar que vivo a minha vida inteira órfão... Não somente eu, mas todos os brasileiros, gente comum, simples, que faz por um País, o que Ele nada e nunca retribui. Dizem que somos uma nação... Somos? Ou vivemos apenas numa nação como um erro geográfico de nascimento? Acho que isso explica todo o descaso a que sofremos. O único argumento a que sofro é quando ouço os brasileiros cantarem o ?Hino Nacional?, entregando-se de amor, jurando morte para defendê-la, mesmo que esta Pátria, aos poucos, mata a cada dia os seus filhos. Eu, por exemplo, a cada dia, morro um pouco de desgosto, pois cheguei aos meus sessenta anos sem conseguir casa própria, sem ter carro, sem viajar a lugares bonitos, sem dinheiro para consultas particulares, sem fazer grandes festas aos meus filhos... apenas trabalhei, paguei (e pago) os devidos impostos e hoje o que recebo é uma aposentadoria que mal dá para eu ir até o final da minha rua para dizer com vontade aos brasileiros que por mim passam: - Bom dia! E que dia será esse que todos nós desejamos aos nossos compatrícios.
Este texto partiu de uma produção de escrita durante as aulas de Língua Portuguesa, em setembro de 1994, sobre o Brasil. Nela o aluno de 8ª série (9º ano) expõe uma realidade intrigante a todos nós, brasileiros. São Paulo, SP., 1994. Arquivo de professor.
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