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Qual Será a Nova Potência?
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QUAL SERÁ A NOVA POTÊNCIA? Carlos C. de Andrada Existirá uma nova super-potência depois dos Estados Unidos? E quando a hiper-potência americana deixará de existir? Aliás, estaria a ultra-potência anglo-americana do hemisfério norte já decaindo e fadada ao colapso e desintegração? O fato é que os EUA podem, e ainda por muito tempo, permanecerem como nação mais poderosa do planeta, pelo menos do ponto de vista militar, estratégico, político e agrário (o ?celeiro da Terra?, me entende?). Nenhum país rivaliza o poderio bélico americano, exceto a Rússia, mesmo assim somente em termos de armas atômicas e ogivas nucleares, pois após o esfacelamento físico e econômico da URSS, o exército russo está em frangalhos, em recursos humanos e desenvolvimento de armas leves e veículos motorizados de assalto. Portanto, excluindo-se a possibilidade de uma guerra total entre ambos que resultaria na extinção da humanidade, a Rússia não é páreo para os Estados Unidos de jeito nenhum, pois está afundada em problemas internos burocráticos, sociais e separatistas, com revoltas em províncias pequenas, porém vitais, que mal consegue aplacar ou neutralizar, a duras penas e com perdas humanas e materiais consideráveis. Fala-se muito da China como potência nascente que florescerá no século XXI num ritmo avassalador e irrefreável. Contudo, isto só é verdadeiro a título de influência e movimentação econômica, mas a que custo? Sem democracia, sem acesso irrestrito da imprensa, sem liberdade de expressão política e ideológica, com direitos humanos beirando a pobreza e benefícios trabalhistas quase nulos, o país mais populoso do mundo se fortalece como um todo, entretanto sacrifica seu próprio povo ao limite da exaustão e do torpor. E há a questão das armas: embora com um exército sofisticado e forças armadas, aeronáutica e marinha se modernizando, o gigante asiático tem poucas armas de destruição em massa, dez vezes menos que Rússia e Estados Unidos, o que conta muito em termos de ?intimidação? e persuasão. Mesmo que mísseis balísticos sejam armas ?para nunca ser disparadas? efetivamente, contam como uma garantia de soberania e imposição a outras pátrias, instrumento de segurança e promessa de não-invasão por parte de vizinhos ou outros estados centralizados e constituídos. Isso eu não estendo a grupos terroristas e criminosos, mas estes jamais serão ?potências?, pois não têm território, governo central, moeda, língua nem povo e habitantes, talvez possam ser classificados como ?nações maléficas invisíveis? que visam o domínio e a destruição, no entanto sem conseguirem seus objetivos em escala global. Voltando à China em si, ainda há a barreira da língua: o Inglês americano ainda é e ficará por muito tempo como idioma universal em quase todas as áreas, e por mais que os chineses se empenhem em aprender Inglês como segunda língua e se tornem fluentes nela, haverá necessidade de traduções, intermediações e adaptações em todos os processos de interação e cooperação internacional, o que sempre causa atrasos e alguns desentendimentos. Tudo isso não seria um obstáculo improvável de se contornar e fazer do dragão chinês a bola da vez na sucessão de poderes globais dominantes, não fosse um infortúnio mais significativo e inalterável: a posição geográfica. O país tem certa felicidade de estar no centro da Ásia, com vizinhos promissores e em desenvolvimento, à altura de suas ambições e pretensões diplomáticas, como as Coréias, Tailândia, Vietnã, Mongólia, Paquistão e até Rússia e Índia, que, embora suas rivais, até certo ponto são ótima opção de parceiros comerciais, energéticos e culturais. Mas os EUA ainda têm relações exteriores bem mais extensas e aprofundadas com o restante do mundo, sobrando para Canadá e/ou Austrália a vaga, ou talvez a chance, de se tornarempotências, pelo menos em relação à qualidade de vida e desenvolvimento científico e tecnológico feitos ecologicamente.
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