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Rabin - Um Assassínio Político
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Em 4 de Novembro de 1995, o primeiro ministro de Israel, Isaac Rabin, foi assassinado por um extremista judaico a seguir a uma manifestação na Praça dos Reis, em Telavive, a favor do processo de paz com os palestinianos. O jornalista israelita Amnon Kapeliouk considera no seu livro "Rabin - Um Assassínio Político" que o chefe do governo foi vítima de uma conspiração da extrema direita e de fundamentalistas religiosos judaicos. O autor traça o perfil do assassino, o estudante de direito Igal Amir, membro de uma juventude israelita que nasceu e cresceu depois da guerra de 1967 e que está habituada a considerar os territórios palestinianos ocupados como parte integrante de Israel. Igal Amir faz parte de uma família religiosa muito praticante, oriunda do Iémen; os seus círculos de convívio integravam jovens estudantes extremistas como ele, rabinos descontentes com o processo de paz com os árabes e membros de partidos políticos de extrema direita. Aos serviços de segurança, Amir confessou que agiu de acordo com a lei rabínica e declarou-se portador de um édito rabínico. "O Céu permitiu-re fazer o que fiz", declarou o assassino aos seus interrogadores. "Rabin é um traidor", acrescentou. "Matá-lo foi como disparar contra um terrorista". O autor do livro revela pormenores da conspiração, que considera resultante do ambiente tenso que se vivia em Israel no Verão de 1995 perante a evolução do processo de paz com os palestinianos. Esse clima de tensão fora criado através de manifestações organizadas por partidos da direita e da extrema direita na qual compareceram milhares de colonos transportados em camionetas desde os territórios ocupados. Nesses desfiles foram utilizados numerosos cartazes acusando Rabi de "traidor" e "nazi" alguns deles caricaturando o chefe do governo como se fosse Hitler. Nesse quadro político-social, o então dirigente oposicionista Ariel Sharon, depois chefe do governo, fez declarações à imprensa nas quais comparou os acordos com os palestinianos aos do marechal francês Pétain com os nazis e defendendo que Rabin e Shimon Peres, actual presidente de Israel, deveriam ser julgador por sofrerem de perturbações mentais. O documento contém pontos de vista de dignitários religiosos judaicos coincidentes com estas tomadas de posição e alegando que Isaac Rabin procedia contra os alicerces religiosos do Estado de Israel. Um antigo Grande Rabino de Israel, Abraham Shapira, declarou que a "grande razão da divisão do nosso povo" foi o Acordo de Oslo com os palestinianos. "E quem dividiu o povo?, interrogou. "Foram os pais de Oslo", respondeu referindo-se a Rabin e Peres. No livro revela-se que organizações israelitas de extrema direita se encontraram em Gaza com membros do Hamas e da Jihad Islâmica uma vez que ambos os lados tinham um objecto comum: impedir que o processo de paz fosse aplicado. O autor considera que a criação de um ambiente no qual foi possível um cidadão israelita matar o primeiro ministro israelita é também uma questão de educação. "Desde o jardim de infância até ao seminário rabínico", escreve Kapeliouk, "os estudantes sofrem uma espécie de lavagem ao cérebro em Israel". Igal Amir, o assassino de Isaac Rabin, foi condenado a prisão perpétua.
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