De algumas décadas para cá, a expressão ?crime organizado? se tornou comum no nosso vocabulário. Mas o que vem a ser ?crime organizado?? São muitas as definições, mas podemos defini-lo como uma organização cujo objetivo é obter poder e dinheiro, através de crimes (tráfico de drogas), de contravenções (jogos de azar), e da corrupção, seja ela pública ou privada.

No Brasil, há fortes indícios de que o cangaço, bando armado comandado por Lampião, cujo objetivo era combater o coronelismo, no final de século XIX, tenha sido o início da atividade do crime organizado. No Século XX, o jogo do bicho foi responsável pela formação de vários grupos, comandados por ?bicheiros?, cujo objetivo era corromper políticos e policiais, para que não coibissem a contravenção.

Do interior das penitenciárias cariocas surgiram as mais famosas e temidas organizações criminosas, como a ?Falange Vermelha?, O ?Terceiro Comando? e o ?Comando Vermelho?. Do interior das penitenciárias paulistas surgiu o ?PCC ? Primeiro Comando da Capital?.

De dentro das penitenciárias, essas organizações criminosas desafiam a polícia, patrocinando as mais diversas atividades criminosas, como assaltos a banco, seqüestros, execuções, tráfico de drogas, além de promover rebeliões orquestradas nas casas penais.

Tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo, as organizações criminosas demarcaram seus territórios, nos quais fixaram pontos de venda de drogas. As favelas são os principais redutos dos criminosos, e de onde partem as drogas, que são distribuídas aos diversos pontos de comercialização.

O que também impressiona, tanto quanto à organização, é o poder de fogo das organizações criminosas. Munidas de armamentos de guerra, adquiridos através do tráfico internacional de armas, o crime organizado intimida até mesmo os órgãos de segurança.

Combater as organizações criminosas é o maior desafio que os órgãos de segurança enfrentam atualmente. Resguardada toda a desproporcionalidade possível, o Brasil poderá vencer essa ?guerra?, desde que dedique todos os esforços, no sentido de combater, na raiz, a atuação das organizações criminosas, ocupando o espaço que deveria ter o seu controle. Mas, por omissão, deixou que o crime tomasse conta e administrasse, a seu modo, as ocupações populacionais.   

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