Após ler o texto Pirataria na Música Digital: Internet, direito autoral e novas práticas de consumo de Gisela G. S. Castro fico a pensar que este mundo vai ter que mudar muito pois um processo histórico foi desencadeado a partir da propagação da prática da pirataria moderna.Esta prática apesar de moderna  nos leva a velhas indagações tais quais as que foram feitas pela classe burguesa no Antigo Regime.

    Até que ponto o Estado deve intervir nas relações de consumo e de comércio? Qual o seu papel?

Como o povo pode reagir a um Estado que não o representa e sim a grandes grupos que controlam a economia através de monopólios baseados em leis de direito autoral e  patentes?

Até que ponto o direito de um indivíduo ou o direito de propriedade intelectual pode ser sobreposto ao de toda uma sociedade se foi exatamente o legado social repassado a este indivíduo pela sociedade na qual ele se encontrava inserido que o tornou capaz de ler as necessidades e possibilidades existentes em seu tempo?

   Sem querer fazer apologia ou crime e a ilegalidade a resposta a esta e outras perguntas vieram através da prática da pirataria como no fim da Idade Média onde os burgueses foram tidos em vários locais como contraventores por não aceitar os monopólios e as altas taxas de impostos.E a coisa foi aumentando até que foi praticamente institucionalizada com a pirataria sendo patrocinada pelos reis.Mas restava ainda mudar o regime, e a mudança veio como uma avalanche que arrastou a todos.Quem quis sobreviver a ela teve que se adaptar.Adaptação foi sempre a palavra chave para a sobrevivência e para sobreviver neste mercado cada vez mais inóspito e necessário se adaptar.Não há volta neste processo Estado, empresas, consumidores terão que mudar suas formas de se verem neste contexto.A ironia do processo é que os que prepuseram as mudanças no passado acabaram por criar um sistema monopolizado com as formas que temos hoje legais; no entanto injustas tanto quanto as formas do Antigo Regime.

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