|
|
Página Principal : Lei Geral
Lenny Bruce e a opinião
Publicidade
Uma das maiores necessidades do homem moderno é a expressão livre de seu pensamento, lembrando que todo indivíduo pode fazer uso de sua crítica pessoal para concordar, discordar, apoiar ou atacar uma idéia. É de nossa natureza, e acima de tudo, um princípio democrático, opinar a respeito de tudo o que julgarmos merecedor disso. Penso nisso quando me lembro do humorista americano Lenny Bruce (1925-1966). Indubitavelmente, ele foi um dos maiores humoristas do ?stand-up comedy? (gênero no qual o artista faz o show sozinho, no palco, tendo como recurso apenas seu talento e sua coragem. E, com certeza, era polêmico. Falava obscenidades nos seus monólogos, referindo-se a personalidades políticas, religiosas, atacava a falsa moral (tão em voga hoje, não só na América como no nosso querido Brasil), costumes, e jamais se retratou a respeito de qualquer coisa que disse. Foi perseguido pelo FBI, pela justiça americana, processado por falar palavrões, até que as casas de espetáculo de todos os Estados Unidos recusaram-se a recebê-lo, acabando seus dias torturado pelas dívidas e pelas drogas (morreu de overdose, provavelmente pela pressão de procurar sua inocência nos tribunais, baseado na Primeira Emenda da Constituição Americana, que reza o direito de livre expressão das idéias). Foi condenado pela justiça do Estado de Nova York, e foi a primeira pessoa a ser inocentada postumamente, pelo Governador George Pataki, em 2003. Ele foi condenado desgraçadamente não por algo que tenha feito, mas por palavras que disse. Eu decido o que quero ver, o que quero ouvir, o que julgo ser verdade, e por conseguinte, o que é mentira. Afasto de mim o que não me serve, e procuro o que me agrada. Mas dói por dentro saber que um humorista foi preso várias vezes, sentenciado e retirado de seu meio de trabalho por falar algo que agradava a muitos e incomodava outros tantos. Esse é um exemplo bárbaro de censura, e achei de grande relevância lembrá-lo. Todas as vezes em que via o seriado ?Seinfeld?, lembrava-me que muitas daquelas idéias, consagradas em mais de dez anos de sucesso absoluto na TV mundial, começaram com gente como Lenny Bruce. Pelo menos uma expressão que já observei ali foi criada por ele. Descanse em paz, Lenny. Sua luta pela absolvição, conseguida após muitos anos, nunca será em vão. Não enquanto alguém puder decidir, fugindo do lugar comum, do ?maria-vai-com-as-outras?, e de paradas de sucesso sustentadas por pessoas vazias, que nem mesmo sabem do que gostam, mas que não opinam. Têm vergonha. Eu não tenho vergonha.
Veja mais em: Lei Geral
Artigos Relacionados
- Albert Einstein - Frases E Pensamentos
- Em Nome De Deus
- O Rosto Pornográfico
- Carmem Miranda. Ela Subiu Nas Tamancas E O Mundo Se Curvou
- Xuxa Faz 45 Anos. E Eu Com Isso?
- Liberdade De Expressão
- Minha Estrela!
|
|
|
| |