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O aniversário de D. Pedro l
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Uma das várias extravagâncias que praticou o primeiro Imperador do Brasil, foi manter um batalhão alemão de granadeiros que tinha o seu quartel numa velha fortaleza que existiu na Praia Vermelha, em Botafogo, Rio de Janeiro. O batalhão era comandado pelo major Von Ewald, que se celebrizou por duas qualidades negativas: imensa inépcia e maior paixão pela bebida, travava uma batalha terrivel a qualquer garrafa que não contivesse água. Investia furiosamente contra a mesma e só se considerava vitorioso depois de esvaziá-la. Não há motivos para espanto nessa atitude belicosa do major Von Ewald, com referência a bebidas fortes, pois a verdade é que o tal corpo de mercenários do Senhor Dom Pedro l, havia sido recrutado entre o que havia de pior nas províncias prussianas, que devem ter respirado aliviadas quando se viram livres de tão maus elementos. Na primavera de 1825, o tal major conheceu uma certa Dona Gertudes, da qual se diziam "cobras e lagartos" e resolveu fazer a "côrte" à dama, a qual se mostrava pouco interessada aos galanteios do soldado, que resolveu em desespero, usar uma tática que considerava infalível. Todas as manhãs o major fazia o seu batalhão desfilar diante da casa de Dona Gertrudes, que aparecia à janela atraida pelo rufar dos tambores. No primeiro dia ela bateu a janela. Mas com o tempo, sensibilizada com tamanha demostração de amor, passou a ficar na janela olhando aqueles garbosos soldados que desfilavam em sua homenagem, tendo à frente o major todo empertigado no vistoso uniforme de alamares dourados. Pleno de felicidade, o major não poupava esforços para conservar o amor da eleita, tudo fazia para não perder o agradável calor daqueles braços morenos. Não eram sem fundamentos as preocupações do major, porque Dona Gertrudes tinha a fama de ser muito inconstante nos seus afetos. Um dia, sem saber mais o que inventar para homenagear sua diva, o major planejou algo de espetacular, algo que provaria ao universo inteiro a força e a sinceridade do seu amor. Como bom estrategista não falou nada a ninguém, anunciando à eleita apenas que aguardasse uma grande " surpresa". No dia 12 de outubro de 1825, verificou-se a tal surpresa. Era aniversário do Imperador e realizava-se em sua homenagem uma grande parada militar. Os corpos do exército desfilavam aguerridos. As charlateiras rebrilhando ao sol. Faíscas fugiam do aço das baionetas polidas. Súbito, surgiram os granadeiros da Praia Vermelha, com seu comandante à frente, marchando garbosamente, mas... havia algo de estranho na bandeira imperial. Os olhares de todos se fixaram no pavilhão e um "Óh!" de espanto, de escândalo, escapou do peito do público. É que, pregada na bandeira, estava uma liga de mulher. Uma liga colorida de azul e rosa, que até bem pouco tempo ornamentava as pernas roliças, segurando as meias da muito ilustre Dona Gertrudes, o grande amor do major.
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