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Santarém, o reduto de Cabral
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Santarém de Portugal, capital do Ribatejo,1529. Ruelas estreitas, o chafariz El-Rey sempre jorrando sua água cristalina, os frades agostinianos rezando a missa dos domingos na Igreja da Graça. Santarém, alegre e pacata, como convinha a uma cidadezinha do século 14, de cerca de 9 mil habitantes. Conhece? Provavelmente, não. Provavelmente, sequer tenha ouvido falar dela nas aulas de nossa História. Pena. Santarém, conquistada aos muçulmanos por D. Afonso Henriques, em 1147, era a povoação portuguesa mais importante, depois de Lisboa, Porto e Évora, à época dos grandes descobrimentos. Era lá que se reunia, com freqüência, a fina flor dos fidalgos e damas da Corte - de dia, para conspirar; à noite, para amar. Só por isso a cidade mereceria estar na nossa memória ou, quem sabe, desfilando pelos enredos das nossas escolas de samba. Mas há motivos de maior monta para que, a partir de agora, fale-se dela. Pois foi lá que viveu, casou-se, e morreu, depois de suas aventuras pelo Brasil e pela Índia, Pedro Álvares Cabral, nosso ilustre explorador.
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