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IMPERADOR ADRIANO
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Públio Élio Trajano Adriano, em latim Publius Aelius Traianus Hadrianus, (24 de Janeiro de 76 - 10 de Julho de 138), mais conhecido apenas como Adriano, foi Imperador romano de 117 a 138. Pertence à dinastia dos Cinco bons imperadores. Nascido em Italica (hoje Santiponce, 9 quilômetros NW de Sevilha, Espanha), Adriano era descendente de colonos romanos domiciliados no Sul da Espanha e era primo de Trajano, tendo sido nomeado por este para uma série de dignidades públicas que o fizeram aparecer como herdeiro presuntivo deste imperador. À época das guerras contra os Partas, durante o reinado de Trajano, era governador da Síria.driano era contra a política de conquistas empreeendida por Trajano. Suas primeiras medidas como imperador foram no sentido de abandonar definitivamente qualquer tentativa de preservar as conquistas inseguras realizadas por Trajano na sua última expedição contra o Império Parto - conquistas estas que o próprio Trajano já tinha sido forçado a abandonar após uma série de reveses militares. Abandonou as campanhas de Trajano na Mesopotâmia. Favorecendo uma política de defesa passiva, Adriano também parece ter abandonado grande parte das conquistas de Trajano na Dácia (atual Roménia), cedendo aos sármatas a planície do Baixo Danúbio e concentrando a ocupação romana na região da Transilvânia, protegida pela barreira natural dos Cárpatos. Segundo Dio Cássio, ele teria também ordenado a demolição da ponte construída por Trajano sobre o Danúbio, de forma a evitar uma invasão das províncias danubianas tradicionais a partir da Dácia. Com o intuito de proteger as demais fronteiras romanas contra os bárbaros, construiu grande número de fortificações contínuas na Germânia e na Inglaterra (por exemplo, mandou construir, em 112, a chamada Muralha de Adriano , que marcou durante séculos a fronteira entre a Inglaterra e a Escócia).
Adriano implementou uma profunda reforma na administração, transformando o Conselho do príncipe um órgão de governo, e procurou unificar a legislação (Édito Perpétuo, 131). Durante o seu reinado, foi um viajante incansável, visitando as várias províncias do império: parece ter passado 12 anos do seu reinado fora de Roma. Letrado, Adriano era um grande admirador da cultura grega, sendo um dos responsáveis pela propagação do helenismo no mundo antigo. Realizou grandes viagens pelo império, realizando obras e melhorando a infra-estrutura e a economia das províncias. Como gesto simbólico, ordenou uma série de emissões monetárias honrando as províncias, que eram representadas nestas moedas por alegorias que lhes davam uma personalidade moral distinta. Foi o arquiteto responsável pela construção do Panteão de Roma reconstruindo um antigo prédio muito menor erguido por Agripa, porém mantendo a velha fachada com o nome do antigo construtor. Construiu perto de Roma a grande villa que leva seu nome (Villa Adriana). Foi um imperador ambulante, viajava sempre e por onde passava ia levantando cidades,construindo estradas, erigindo monumentos. Estes monumentos tinham um significado político: sua construção geralmente significava uma aliança em pé de igualdade abstrata entre Roma e a cidade onde eram erguidos. Assim, Adriano mandou completar em Atenas a construção de um gigantesco templo a Zeus, o Olympeion, cuja construção já se arrastava desde a época do tirano Pisístrato, do século VI a.C.. Nas vizinhanças desta construção, organizou um bairro dentro do estilo romano de urbanismo, de maneira a poder igualar-se a um rei mítico de Atenas, Teseu. Esta Atenas "romana" era separada da antiga cidade por um pórtico na entrada do qual estava inscrito: "Esta é a cidade de Adriano, e não a de Teseu". Ao mesmo tempo, Adriano fez de Atenas a sede de uma fórum regional de discussão de assuntos comuns das cidades helênicas, o Panhellenion (131-132). Esta reelaboração da legitimidade política do império em torno, não mais da cidade de Roma e do seu Senado, mas de umacultura helênica comum, que prenunciava já de certa forma o Império Bizantino, permitiu ao historiador francês Paul Veyne chamar Adriano de "um Nero bem sucedido". Precisamente por isto é que tal política encontraria sua maior contestação entre o povo que havia oposto, historicamente, maior resistência a esta matriz cultural grega: na Judéia, os judeus reuniam-se preparando uma nova (e última) revolta contra o elemento greco-romano. Essa revolta estalou porquanto Adriano mandara recontruir Jerusalém, destruída por Tito em 70 d.C., como uma cidade grega, e os judeus de então sentiam que a sua cidade sagrada estava sendo profanada por estrangeiros. De fato, em toda parte surgiam estátuas, banhos públicos, centros ruidosos de vida profana. Durante o final do reinado de Adriano, um movimento armado anti-romano estourou no interior da Judéia, comandado pelo rebelde messiânico que viria a ser conhecido pelo nome de Bar Kochba (o Filho da Estrela). Assim que Adriano soube do levante dos judeus, determinou que as legiões localizadas nas províncias vizinhas atacassem os judeus e os destruissem. Não se sabe com certeza se Adriano participou ativamente da guerra judaica, e em que medida. O certo é que esta guerra foi longa e terrível, durou mais de dois anos e as tropas romanas após muitos revezes, muitas vezes cruentos, foram encurralando os judeus em seus subterrâneos das montanhas onde foram sendo dizimados. O exército romano sofreu um tal desgaste que Adriano teria, segundo Dio Cássio, eliminado dos seus despachos militares ao Senado a fórmula usual de abertura: "o Exército e o Imperador vão bem". Os sobreviventes foram vendidos como escravos. Roma decretou a exclusão dos judeus de Jerusalém, que foi reconstruída como cidade grega e passou a chamar-se Aelia Adriana. No lugar do antigo templo judaico ergueu-se a estátua de Zeus e junto ao Gólgota (onde foi crucificado Jesus) ergueu-se um templo à deusa grega Afrodite. A antiga província da Judéia passou a chamar-se Palestina - forma de tentar apagar a memória da presença judaica na região pela recordação dos filisteus, também antigos habitantes da região nos tempos bíblicos.
Por isso no Talmud, essa revolta ficou sendo chamada "a guerra do extermínio". De fato, por mais que a diáspora judaica tivesse-se iniciado séculos antes de Adriano,e que as narrativas sobre a guerra judaica tenham-se cedo revestido de características legendárias, é certo que a guerra eliminou definitivamente qualquer possibilidade de renascimento de um judaísmo centrado no Templo de Jerusalém e na sua casta sacerdotal, dando origem, assim, ao judaísmo como uma expressão puramente religiosa e cultural, e não mais política, situação esta que se perpetuaria até o surgimento do sionismo no século XIX. Morte e sucessão Adriano morreu em 138, em Roma. Seu corpo foi depositado num mausoléu, que veio a ser o castelo de Santo Ângelo, em Roma. A sucessão de Adriano foi complicada: a princípio ele havia pensado em adotar como filho e sucessor um dos seus muitos antigos favoritos (tal como o adolescente grego Antinoo) Lucius Ceionius Commodus - e efetivamente o fez, mas tendo Ceionius falecido prematuramente, Adriano acabou por adotar o senador T. Aurelius Fulvius Boionius Antoninus - que viria a ser conhecido como o imperador Antonino Pio - sob a condição, no entanto, de que este adotasse como seu filho e sucessor o parente distante de Adriano, o jovem Marcus Annius Verus, o futuro imperador Marco Aurélio, assim como o filho do falecido Lucius Ceionius, Lúcio Vero, que viria a ser co-imperador junto com Marco Aurélio. Entrementes, Adriano acabou por ordenar o suicídio de outro dos seus parentes, o nonagenário senador Serviano, que ele desconfiava buscar a sucessão imperial para seu neto (que também foi obrigado a suicidar-se). Tal decisão fez muito para confirmar a alienação mútua entre Adriano e o Senado romano, que levaria, após sua morte, a uma tentativa fracassada do S
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