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Nossa nobreza
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Uma nobre e atrapalhada família portuguesa por razões maiores veio parar no Brasil. Dom João VI na época príncipe Regente, ou saía de Portugal ou seria preso e deposto por Napoleão Bonaparte. No auge do seu poder, Bonaparte tinha se autodeclarado Imperador dos franceses e pensava em conquistar toda a Europa. Dom João VI fugiu. Confirmou sua reputação de pouco fiável, bobalhão, glutão, indeciso e promotor de cenas picarescas. Não fora criado para dirigir um país e reinava em nome da mãe, D. Maria I, declarada insana. Napoleão escreveu sobre ele em suas memórias ?Foi o único que me enganou?. Dom João VI, medroso e indeciso, fugiu lucidamente. Uma atitude sensata.A partida de Portugal em 29 de novembro de l807, foi melancólica.O povo observava a nobreza fujona. Os ingleses ofereceram proteção na travessia do Atlântico em troca do livre comércio. Uma parada em Salvador antes de chegar ao Rio de Janeiro, foi estratégica e perspicaz, uma vez que a corte chegava empobrecida e lá era importante cenário político. Foi um período onde pode-se perceber as relações entre a colônia deslumbrada e a metrópole dirigida por uma corte sem valores, movida apenas pelo ideal de riqueza fácil. Com certeza este modelo contribuiu para criar uma corrupção sistêmica no Brasil, que infelizmente está presente até hoje. Dom João VI tinha medo de siris, caranguejos e de trovoadas. Durante as tempestades, ia para seus aposentos, acendia uma vela e rezava para Santa Barbada e São Jerônimo até que ela parasse. Em 1821, embarcaram de volta para Portugal, mas deixaram muitas heranças e lembranças, uma poucas boas, diversas mais ou menos e... muitas ruins. Viva o Rei ?
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